Título: Tanques para combustível têm maior demanda
Autor: Natalia Gómez
Fonte: Valor Econômico, 17/05/2005, Empresas &, p. B10

A determinação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para que os postos de combustíveis instalem tanques subterrâneos protegidos contra vazamentos está animando os fabricantes do equipamento, que estimam crescimento de até 150% nas vendas nos próximos anos. A Confab, líder do mercado mercado, é a mais otimista e prevê um crescimento de até 150% nas vendas até o final de 2006, segundo Emyr Berbare, diretor da área de equipamentos. O executivo estima que a demanda anual, de cerca de seis mil tanques, pode chegar a 20 mil unidades quando a regulação estiver sendo cumprida, em cinco anos. Segundo ele, cerca de 60% dos tanques instalados no Brasil estão envelhecidos e precisam ser trocados. "O restante está em boas condições porque as grandes distribuidoras como Petrobras, Texaco, Shell e Ipiranga já vêm investindo nesse equipamento há cerca de seis anos", diz. Berbare afirma que ao contrário dos antigos, feitos de aço carbono sem nenhum tipo de revestimento, os novos tanques (conhecidos como jaquetados) são revestidos com resina de poliéster e reforçados com fibra de vidro. Ele diz que a Confab chegou a duplicar a capacidade de sua fábrica em Pindamonhangaba (SP) em 2001, quando passou de 300 tanques por mês para 600 tanques mensais de 30 mil litros. A Rammert está duplicando sua capacidade de produção em Asis, interior de São Paulo. Até o final do ano, vai aumentar sua área construída em 2 mil metros quadrados, passando a produzir de 250 a 300 tanques por mês. Hélcio Aparecido Camoleze, da área comercial, acredita que as novas normas ambientais podem impulsionar as vendas durante os próximos dez anos. "Os prazos estão sendo prorrogados em muitos estados", diz. Outro fator que atrasa as regularizações, segundo ele, é o alto custo das reformas. "Temos orçamentos de três anos que ainda não foram iniciados", afirma. Mas nem todas as fabricantes têm previsões otimistas de vendas. A catarinense Petrofab, que no ano passado ampliou sua capacidade de produção de 300 para 500 tanques ao mês em um investimento de R$ 1,5 milhão, teve suas expectativas frustradas pelo comportamento do mercado e reduziu sua produção, de acordo com o gerente nacional de vendas da empresa, Aléxis Rabuscky. Ele afirma que a demora no licenciamento dos postos que vão entrar em reforma está atrasando o processo de substituições dos tanques. Segundo Rabuscky, após a elaboração da regulamentação ambiental o mercado foi invadido por muitas empresas pequenas, o que aumentou muito a competição. A norma ambiental, que visa combater a contaminação do solo, deverá ser cumprida em todo o país em cinco anos, segundo o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes, Gil Siuffo. O gerente comercial da também catarinense Sideraço, Volnei Pereira, diz que a resolução foi publicada em 2000, mas a cobrança está ficando mais rígida nos últimos meses. "Antes os próprios órgãos ambientais não tinham condições de fiscalizar porque não conheciam o mercado."