Título: Banco português vai investir em PPPs
Autor: Altamiro Silva Júnior
Fonte: Valor Econômico, 17/05/2005, Finanças, p. C8

O Banco Privado Português (BPP) planeja expandir seus negócios no Brasil por meio das parcerias público privadas (PPPs). Segundo o presidente do banco, João Rendeiro, a idéia é investir entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões nesses projetos. No momento, os executivos do banco português avaliam qual seria o melhor modelo para realizar os investimentos. Entre as hipóteses, está a criação de um fundo internacional ou local, a abertura de uma holding ou ainda a criação de uma sociedade limitada aqui. De acordo com Rendeiro, os setores que devem receber os recursos são, principalmente, o elétrico é o rodoviário. Em setembro do ano passado, o Banco Privado Português abriu um escritório em São Paulo. O banco já participa de um projeto turístico de US$ 250 milhões no nordeste. A idéia é construir um resort de luxo em Fortaleza, para atrair turistas europeus. A construção está prevista para começar no primeiro trimestre de 2006. Serão oito hotéis e um condomínio de casas, ocupando 30 quilômetros de praia. O BPP, que também opera na Espanha, é especializado na gestão de fundos de private equity, na área private (para clientes de alta renda) e na assessoria a fusões e aquisições. Com 11 anos de existência, o banco tem US$ 2 bilhões em ativos. Rendeiro, que mora em Portugal, está no Brasil esta semana para participar do "Fórum Portugal", que será realizado hoje na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O evento é organizado pela Fundação Luso-Brasileira, da qual Rendeiro é o presidente. O objetivo é discutir as relações e as oportunidades de negócios entre os dois países. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e o presidente da Embraer, Maurício Botelho, participam. Para o presidente do BPP, no setor financeiro, os bancos portugueses devem aprofundar as parcerias com os bancos brasileiros, já que a estratégia inicial, de comprar instituições locais de médio porte, não foi bem sucedida e a aquisição dos bancos de primeira linha (como Bradesco e Unibanco) é inviável para um banco português. Nos últimos cinco anos, os investidores portugueses trouxeram US$ 10 bilhões para o Brasil, em vários setores.