Título: CSN planeja investimentos de até US$ 400 milhões na Europa
Autor: Roberta Campassi e Marli Lima
Fonte: Valor Econômico, 18/05/2005, Empresas &, p. B10

Benjamin Steinbruch, presidente da Cia. Siderúrgica Nacional (CSN), disse ontem que a siderúrgica tem planos de investir cerca de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões na Europa até o fim do ano, preferencialmente em Portugal, onde a empresa já opera por meio da Lusosider - siderúrgica localizada na cidade de Setúbal -- que é compartilhada em 50% com a anglo-holandesa Corus. Steinbruch esteve presente no Fórum Portugal, evento realizado ontem na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) pela Fundação Luso-Brasileira, com o objetivo de discutir experiências de investimentos e possíveis oportunidades de negócio entre Brasil e Portugal. Na parte da manhã, o empresário João Oliveira Rendeiro, presidente da Fundação Luso-Brasileira, havia dado quase como certo o investimento da CSN na Lusosider. No entanto, à tarde, Steinbruch afirmou que o local desses investimentos ainda não está definido, e que Portugal e Espanha competem para atrai-los. "Se Portugal der o que os outros (países) dão, em termos de incentivos e financiamentos, temos chance de ir para lá". A Lusosider é uma laminadora de aços a frio, galvanizado e de folhas metálicas. A fábrica é suprida em 50% com material da CSN produzido em Volta Redonda (RJ). Mas, o empresário reiterou que Portugal é uma boa alternativa para os investimentos e enfatizou que acredita no país para a produção siderúrgica. E que ele, pessoalmente, torce para que os investimentos aconteçam lá. Segundo Steinbruch, esses recursos estão previstos desde a metade de 2004, mas ficaram estagnados porque não houve agilidade suficiente para torná-los viáveis. "Gostaria que fosse feito o mais rápido possível." Caso o valor seja mesmo investido em Portugal, Steinbruch não deixou claro se serão feitos na própria Lusosider, ou diretamente pela CSN na construção de nova unidade no país. "A idéia é consolidar o controle na Lusosider ou começar um negócio novo da CSN." Steinbruch também falou de investimentos no Brasil da ordem de US$ 2,5 bilhões em um novo alto-forno em Volta Redonda, que elevará a produção de placas em até 4 milhões de toneladas por ano. Essas placas se destinariam aos Estados Unidos e à Europa para serem beneficiadas. "Estamos preparadíssimos para iniciar uma nova série de investimentos tanto no Brasil quanto no exterior", afirmou. Sobre as intenções de a CSN adquirir unidades que caso a Vale do Rio Doce venha pôr a venda, Steinbruch confirmou o interesse da siderúrgica. "Vamos estudar tanto a California Steel, como parte da estratégia de agregar valor à produção de placas, quanto a Usiminas e quaisquer outros ativos que a Vale for vender", disse. "Quem está no jogo tem que jogar", comentou. No Paraná , a CSN adiou, para data indefinida, o encontro marcado para hoje com representantes do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (Simec). A reunião havia sido agendada na semana passada para buscar uma solução para a greve na fábrica de laminação e revestimento, em Araucária. Os trabalhadores da unidade, que abastece indústrias de linha branca e automóveis, estão parados desde o dia 6. No final da tarde de ontem, representantes do sindicato informaram desconhecer a informação do adiamento. A CSN tem evitado falar sobre o assunto. Ontem, via assessoria, informou que a fábrica continua operando. A informação foi contestada por Rosa, que garante que os 476 funcionários estão parados.