Título: Senadores vão a Rondônia acompanhar denúncias
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 20/05/2005, Política, p. A8

A comissão temporária do Senado destinada a acompanhar os desdobramentos das denúncias de corrupção na Assembléia Legislativa de Rondônia será instalada na terça-feira. A instalação seria ontem, mas a ausência da maioria dos integrantes, que já viajaram para seus Estados, fez com que o senador Demóstenes Torres (PFL-GO) e Fátima Cleide (PT-RO) decidissem pelo adiamento. Uma vez instalada, a comissão escolherá seu presidente e seu relator para que, a partir daí, seja definido um cronograma de trabalho. Demóstenes Torres afirma que na próxima semana representantes da comissão viajarão a Porto Velho para acompanhar os desdobramentos das manifestações populares que culminaram no afastamento de deputados estaduais. O desligamento dos parlamentares por 30 dias revoltou mais ainda a população, segundo a senadora Fátima Cleide: "Eles foram afastados e continuarão a receber seus salários. Na verdade, deram férias aos deputados, o que irritou a população". Ela acrescentou que as manifestações populares não se restringem mais a Porto Velho. Segundo Fátima Cleide, o movimento pela moralização política em Rondônia já atinge os municípios de Ariquemes, Vilhena e Ji-Paraná. O PT reativou o Fórum Transparência Rondônia, criado há dois anos. O Fórum prepara uma manifestação popular em Porto Velho para o próximo dia 25. A senadora acrescentou que integrarão este movimento, também, várias entidades civis, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Nacional dos Estudantes (UNE). Fátima Cleide, que preside o PT em Rondônia, negou as acusações de envolvimento de membros do seu partido nas manifestações, alegando que "na praça (onde ocorreram os protestos) tem muita gente descendo a lenha no PT". Na quarta-feira, o governador de Rondônia, Ivo Cassol (PSDB), acusou o PT de capitanear as manifestações, mirando as eleições de 2006. Cassol afirmou que o PT "colocou pessoas à frente" das manifestações ocorridas anteontem no Estado, que culminaram na depredação da Assembléia Legislativa e do Palácio do Governo. Referiu-se a essas pessoas como "membros do PT" e "pessoas que foram candidatas", mas se recusou a apontar nomes. No Superior Tribunal de Justiça, que votou ontem favoravelmente à intervenção federal no Estado, em resposta a um processo sobre a omissão do Estado em reintegração de posse, aguarda-se recurso do governador. (Com agências noticiosas)