Título: Governadores apoiados pelo PTB defendem investigação
Autor: Cesar Felício, Vanessa Jurgenfeld e Paulo Emílio
Fonte: Valor Econômico, 19/05/2005, Política, p. A5

Três governadores defenderam ontem a Comissão Parlamentar de Inquérito no Congresso - o tucano Geraldo Alckmin (SP) e os pemedebistas Luiz Henrique (SC) e Jarbas Vasconcelos (PE). Preocupado com a adesão dos governadores à onda oposicionista que assola o Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva jantou ontem na Granja do Torto com cinco deles: Paulo Hartung (ES), Eduardo Braga (AM), Cássio Cunha Lima (PB), Blairo Maggi (MT) e Marcelo Miranda (MS), além do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, e o ministro da Casa Civil, José Dirceu. Geraldo Alckmin mantém o petebista Francisco Prado como secretário de Emprego e ataca o governo federal por lotear a administração pública. "É obrigação investigar com profundidade e nós precisamos profissionalizar a administração pública. Ou seja, diminuir cargos de confiança e estimular uma burocracia estável, independente de quem está no governo", afirmou. Entre os governadores tucanos, o PTB está ainda no secretariado de Aécio Neves (MG) e do de Marconi Perillo (GO). Já entre os governadores do PMDB, o gaúcho Germano Rigotto, com dois petebistas no secretariado, não comentou a crise. Por meio de sua assessoria de imprensa, o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique Silveira, que é também é apoiado pelo PTB no Estado, disse que "toda CPI é válida". Sem apoio dos petebistas, o pernambucano Jarbas Vasconcelos defendeu a investigação parlamentar: "Como as denúncias são graves e o caso tomou uma dimensão que a maioria dos deputados e senadores reconheceu ao assinar o pedido de criação da CPI, creio que este é o melhor caminho para evitar que a opinião pública tenha o sentimento de que o país vive uma crise moral". O PTB forma com o PSB um bloco na Assembléia Legislativa pernambucana de oposição radical a Jarbas, que chega a dialogar com mais facilidade com o PT do que com os petebistas. (Colaborararam Sérgio Bueno, de Porto Alegre, e Henrique Gomes Batista, de Brasília)