Título: Informídia mede exposição dos patrocinadores na TV
Autor: Eliane Sobral
Fonte: Valor Econômico, 23/05/2005, Empresas &, p. B5

Com a mesma desenvoltura com que circula pelos corredores de empresas como Siemens Mobile, Rede Globo ou Petrobras, Antonio Lauletta transita pelos gramados de times como São Paulo, Corinthians ou Santos. Essa eclética combinação compõe a carteira de clientes da Informídia Pesquisas Esportivas, que Lauletta montou há 19 anos para medir a exposição na mídia de empresas que investem em marketing esportivo. A idéia de criar uma empresa surgiu depois que Lauletta deixou o emprego na área de pesquisas da Nielsen. A premissa era fugir do ramo de pesquisa de audiência, "porque não era viável disputar mercado com uma multinacional", lembra ele. "Resolvi explorar um ramo que não era atendido e foquei na pesquisa de imagem ligada ao patrocínio esportivo." Quando montou a Informídia, era Lauletta tinha outras duas pessoas em sua equipe. Hoje a empresa tem 60 funcionários, uma carteira de 41 clientes e um sócio do peso do Ibope, para quem o empresário vendeu 30% da empresa, em 2001. Os planos para o futuro incluem a expansão do complexo trabalho desenvolvido pela Informídia para toda a América Latina. "Não há nada parecido com o que fazemos na Argentina ou no Chile e ir para estes mercados é nosso principal projeto de longo prazo", diz. Foto: Fabiano Cerchiari/Valor

Antonio Lauletta, da Informídia, que produz uma média de 6,4 mil horas de gravações por mês, tem planos de expansão para países da América Latina O trabalho realizado pela empresa envolve a análise detalhada da gravação das competições, mais programas esportivos, entrevistas e tudo que envolva o esporte e a marca patrocinadora na televisão ou nos jornais. Para se ter uma idéia dessa complexidade vale citar que a análise de um jogo de futebol de 90 minutos, demora três dias para ficar pronta. "Porque é uma infinidade de marcas na camisa dos times, nas placas nos estádios e é preciso avaliar a exposição de cada uma", resume Lauletta, acrescentando que a Informídia produz uma média de 6,4 mil horas de gravações por mês, tem 83 aparelhos de vídeo-cassetes, 30 televisores, 20 pontos de TV por assinatura e um arquivo de 7,3 mil fitas de vídeo. A falta de material digitalizado é hoje o maior empecilho para a Informídia se instalar no exterior. Mas a própria equipe da empresa trabalha no desenvolvimento de um software para solucionar o problema - como foi, aliás, com todas as outras soluções de informática da empresa. "Não sei quanto a gente gasta em pesquisa e desenvolvimento porque é tudo feito em casa", explica o empresário, que reclama da falta de mão-de-obra especializada no trabalho que realiza. Uma contradição pois, além da Informídia , segundo Lauletta, há apenas mais uma concorrente no mercado, a TNS. Em 2004 o faturamento somou R$ 2,3 milhões e a projeção de encerrar 2005 com receita de R$ 2,8 milhões já foi revista para cima porque nos cinco primeiros meses do ano, a Informídia conquistou clientes que não estavam previstos. Resultado do trabalho do recém-criado departamento de marketing. Em julho do ano passado, Lauletta foi ao mercado e trouxe o publicitário Rafael Plastina para que a Informídia faça o mesmo que fazem seus clientes: marketing. Plastina tem uma longa experiência com marketing esportivo e passou dois anos morando e trabalhando nos Estados Unidos. "A principal lição que aprendi é que o mercado brasileiro ainda está muito longe do americano em marketing esportivo. Antes o emocional ditava os investimentos. Hoje não se investe no time do coração ou no esporte preferido. Investe-se onde há retorno garantido", diz Plastina. (ES)