Título: Votação para CNJ pode ser anulada
Autor: Thiago Vitale Jayme
Fonte: Valor Econômico, 24/05/2005, Legislação & Tributos, p. E2

O Senado poderá anular a votação na qual o jurista Alexandre de Moraes teve seu nome rejeitado pelo plenário para compor o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão criado pela Emenda Constitucional nº 45 para fazer o controle externo do Judiciário. Enquanto os senadores tentam se entender sobre o assunto, os líderes da Câmara dos Deputados já se armam para tentar emplacar um novo nome para compor o colegiado. No Senado, PFL e PSDB já admitem a hipótese de aceitarem o cancelamento da votação da quarta-feira. O líder do governo na casa, Aloizio Mercadante (PT-SP), tenta arrumar uma solução negociada para uma nova votação para tentar amenizar a crise instalada. Isso porque é absolutamente contra a liturgia do Congresso Nacional um nome indicado pela Câmara para algum cargo ser rejeitado pelo Senado sem qualquer acordo prévio. É possível que uma reunião ocorra na tarde de hoje para definir a situação. O Ministério da Justiça, no entanto, é contra a revisão da votação. O ministro Márcio Thomaz Bastos tentará novamente emplacar um candidato. Quando da indicação da Câmara, Sérgio Renault, secretário especial da reforma do Judiciário, perdeu a disputa para Moraes. Renault não tentará o cargo novamente e Bastos tentará chegar a um nome com bom trânsito no PSDB para não acirrar ainda mais o clima da escolha. O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), já tem seu candidato caso a rejeição de Moraes seja confirmada pelo Senado. É Gerson Péres, ex-deputado pelo PP do Pará e candidato derrotado ao Senado em 2002. Ex-integrante da bancada ruralista, Péres tem perfil conservador.