Título: MWM forma embaladores especiais no RS
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 24/05/2005, EMPRESA & COMUNIDADE, p. F4

Uma parceria entre o Instituto Pestalozzi de Porto Alegre (RS) e a MWM International vem movimentando o voluntariado da companhia. O projeto é o Embalando para o Futuro, que oferece ao jovem portador de deficiência mental a oportunidade de aprender uma profissão e gerar renda. Os jovens recebem capacitação no contraturno da escola num curso comandado pelos voluntários. Essa atividade começou em 2002 com a qualificação de 14 adolescentes. Hoje já são 42 formados -- todos em plena produtividade. A atividade se resume a embalar peças de motores a diesel. "É um trabalho rotineiro e repetitivo", reconhece Paulo Borba, diretor de RH da MWM. "Mas os jovens encaram a função como uma oportunidade, ganham salário como qualquer funcionário e fazem planos para adquirir o que as famílias necessitam". A enorme dificuldade de comunicação que apresentavam no início ficou no passado, segundo Borba. "Hoje eles sabem se fazer entender, têm um bom convívio social e desenvolveram um raro nível de responsabilidade. Não faltam ao trabalho, não chegam atrasados e mantém um padrão de qualidade com 99% de acerto". O diferencial do projeto social da MWM foi a solução encontrada para a falta de espaço dentro da empresa, onde os jovens deveriam receber a capacitação para o trabalho. Justamente dessa necessidade nasceu outra parceria, agora com a CTL, que cedeu um container desativado, onde a linha de produção foi montada, tendo como cenário o jardim do Instituto Pestalozzi. Os funcionários da CTL fizeram voluntariamente as reformas e as adaptações até que o container estivesse em condições de funcionar. A remuneração dos jovens da Pestalozzi é feita como prestação de serviço. A MWM despacha ao container as peças a serem embaladas e, quando o trabalho é concluído, a mercadoria é levada de volta à empresa dentro de caixas. Para garantir a manutenção da capacitação, os jovens voltam a MWM com certa periodicidade para ser retreinados. "Dependendo do serviço a ser feito, os voluntários também podem se deslocar até o container", explica Borba. Tanto para os jovens e para suas famílias como para a empresa e os voluntários o projeto Embalando para o Futuro passou a fazer uma grande diferença. "Tão logo tem início a atividade produtiva, os pais mudam a forma como vêem os filhos", diz Borba. "Antes esses jovens eram encarados como um custo e até um estorvo dentro de casa. Hoje são geradores de renda; integram a força de trabalho". A idéia de levar a linha de montagem para dentro do container vingou. Tanto que a MWM e a CTL já providenciam um segundo container. "Temos produção e trabalhadores para isso", diz Borba. "Não vão faltar voluntários para a capacitação". (S.T.)