Título: Genoino evita falar em punição a rebeldes
Autor: Maria Lúcia Delgado, Raymundo Costa e Taciana Coll
Fonte: Valor Econômico, 27/05/2005, Política, p. A6

PT e PMDB foram os principais partidos aliados responsáveis pela derrota do governo. Na bancada petista da Câmara, 14 deputados mantiveram a assinatura no requerimento de criação da CPI. No Senado, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) assumiu o ônus de uma rebelião de última hora - pode perder a vaga do PT para concorrer ao Senado em 2006 - e surpreendeu ao descumprir a decisão da bancada, de não apoiar a CPI. No PMDB, 41 deputados assinaram o requerimento. A postura de parlamentares petistas abre uma nova crise no partido. O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que todos os líderes da base discutirão na terça-feira qual comportamento terão e o que será feito para evitar a instalação da CPI. Chinaglia afirmou que, como militante do PT, considera o comportamento dos colegas muito marcante, que deixará "seqüelas". "Não sei como vai evoluir, mas certamente não é só mais um episódio", garantiu. O presidente nacional do PT, José Genoino, admitiu que a atitude dos 14 deputados e de Suplicy terá impacto forte, mas evitou fazer análises prévias. Caberá aos líderes na Câmara e no Senado, segundo ele, conduzir a crise. "Eu não participo mais de reunião de bancada do PT com esses senhores. Se eles não têm o mínimo de solidariedade com o PT. Isso é um demarcador de águas na bancada", avisou o deputado Carlito Merss (SC). O líder do PT, Paulo Rocha (PA), não foi localizado ontem pelo Valor. Os 14 petistas que apoiaram a CPI são: Chico Alencar (RJ), Ivan Valente (SP), Maninha (DF), Antônio Carlos Biscaia (RJ), Dr. Rosinha (PR), Dra. Clair (PR), Gilmar Machado (MG), Virgílio Guimarães (MG), João Alfredo (CE), Nazareno Fonteles (PI), Orlando Fantazinni (SP), Paulo Rubem (PE) e Walter Pinheiro (BA). (MLD)