Título: Perillo apóia prefeito petista em Goiânia e faz campanha por Serra em São Paulo
Autor: César Felício
Fonte: Valor Econômico, 19/10/2004, Política, p. A-6

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), fará campanha amanhã em São Paulo, ao lado do candidato tucano à prefeitura, José Serra. Em Goiânia, onde o prefeito e candidato à reeleição Pedro Wilson (PT) enfrenta o pemedebista Iris Rezende, Marconi autorizou seus aliados a trabalharem pelo petista. "Meu problema com o PT é só na política nacional e meu problema com o PMDB é só na política local. Minha base é contra o Iris. O Serra compreende", sintetiza o goiano. No início do mês, Perillo esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e conversou com o próprio Serra, que é presidente licenciado do PSDB, para acertar a sua posição no segundo turno. O governador disse que explicou a Lula que não poderia declarar voto em Wilson, para não prejudicar a campanha do candidato de seu partido em São Paulo. "Qualquer medida mais acalorada de minha parte poderia gerar constrangimentos em São Paulo, onde é nossa prioridade ganhar", disse. Iris Rezende ficou em primeiro lugar no primeiro turno e segue liderando as pesquisas de intenção de voto com larga margem sobre o petista. Anteontem, o jornal "O Popular" divulgou uma pesquisa do instituto Serpes em que Iris aparece com 54,3% das intenções de voto, ante 35,3% do petista. A vitória de Iris, se confirmada, estanca o emagrecimento do PMDB no Estado e ameaça a hegemonia da coligação que apóia Marconi na eleição estadual em 1996. "É um negócio complicado, mas tenho identidade de concepção e estilo de administrar com o prefeito de Goiânia e um antagonismo insuperável com os pemedebistas", disse o tucano. Na avaliação de Marconi, a vitória de Serra é fundamental porque aglutina o partido, ao consolidar o PSDB como alternativa de oposição à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006. O fato de uma vitória de Serra aumentar o poder da seção paulista do partido não o preocupa. "O PSDB aprendeu lições com a derrota de 2002, entre elas a da importância da unidade interna. Agora, é importante reconhecer que o resultado das eleições torna o governador Geraldo Alckmin o nome natural para concorrer em 2006", disse o goiano. A aliança com o PFL é vista como certa por Perillo. "Não tenho dúvida alguma. Esta é a vontade do prefeito do Rio, César Maia, e do presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen", disse. César e Bornhausen estarão hoje fazendo campanha de rua com Serra em São Paulo. Para o governador, caso Alckmin não se disponha a concorrer, o segundo nome a ser lembrado é o do senador Tasso Jereissati (CE), que tem mandato no Congresso até 2010. No passado, Perillo já foi citado como um possível candidato, a ser escalado caso a cúpula do partido optasse por lançar um candidato com poucas chances de vitória, mas que tivesse interesse em se firmar como liderança nacional e aumentar seu cacife para eleições futuras. Mas agora o goiano descarta a hipótese. O governador paulista começou este mês a se movimentar nacionalmente, fazendo campanha para os candidatos tucanos que estão no segundo turno. Neste último fim de semana, esteve em Curitiba e Florianópolis, onde participou das campanhas de Beto Richa e Dario Berger. (CF)