Título: Quando um pouco de paranóia faz bem para a saúde
Autor: Brian Grow e Jason Bush
Fonte: Valor Econômico, 30/05/2005, Empresas &, p. B3

Kathy Prati, uma designer gráfica de 49 anos de Sonoma Valley, na Califórnia, sabe o que é ser vítima do crime cibernético. Já aconteceu com ela duas vezes. Na primeira, seu número de cartão de crédito foi roubado quando decidiu comprar um xampu em um site da internet que ela não conhecia bem. Em 24 horas alguém havia usado seu cartão para pagar US$ 900 em mercadorias na varejista Eddie Bauer e mandar a encomenda para a Rússia. Na segunda vez, dois meses atrás, ela tentava comprar músicas no site iTunes quando foi alertada que algo estava incorreto em seu cartão de crédito. Quando entrou em contato com seu banco, descobriu que alguém havia comprado US$ 800 em software no seu nome. Nos dois casos, a companhia de cartão de crédito se responsabilizou pelas perdas. "Eu adoro a internet, mas estou muito mais cautelosa agora", diz ela. Um pouco de paranóia é até bom hoje em dia. O crime cibernético está crescendo muito. Então, como os consumidores podem se proteger? Os softwares de segurança são um bom começo. Por US$ 99, a Symantec oferece o pacote Norton, que inclui um "firewall" (sistema que impede o acesso não autorizado a um computador) e programas contra vírus, spam e "spyware" (softwares espiões). Concorrentes como a McAfee oferecem produtos similares. Esses programas podem impedir muitos ataques de hackers. Uma das abordagens mais populares é instalar um registrador de teclas ou keystroke-logger no computador do internauta inocente. O programa monitora cada tecla que você digita, incluindo as da senha do cartão de crédito ou do banco. Os registradores podem vir ocultos quando você baixa softwares "gratuitos" ou mesmo quando se engana com alguma letra no endereço de um site. Mas os softwares não podem impedir todas as ameaças. Tome-se o caso do "phishing", pelo qual mensagens de e-mail remetem o consumidor a sites falsos de empresas reais. Só este tipo de problema custou aos bancos e empresas de cartões de crédito mais de US$ 1,2 bilhão no ano passado, segundo a consultoria Gartner. As queixas de fraude na internet vêm dobrando a cada ano. E com mais americanos trabalhando on-line com seus bancos, os especialistas acreditam que as perdas financeiras também vão aumentar. Portanto lembre-se do conselho de Kathy Prati: cautela é essencial.