Título: Vendas de combustível têm queda de 1,2% no trimestre
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 31/05/2005, Brasil, p. A2

Dados divulgados ontem pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) e que podem ser considerados um indicativo da desaceleração da economia, revelam que as vendas de combustíveis nos três primeiros meses do ano caíram 1,2% em relação a igual período de 2004. Estão incluídos nos números da ANP os combustíveis derivados de petróleo e o álcool - o Gás Natural veicular (GNV) não está incluído). O combustível que apresentou a maior queda foi o álcool hidratado, com uma redução de 8,7% nas vendas. O diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), Adriano Pires, explicou, no entanto, que no primeiro trimestre do ano, o álcool fica mais caro por causa da entressafra da cana-de-açúcar e que isso também deve ter influenciado a queda das vendas. Além disso, ele lembra que o Gás Natural Veicular (GNV), cujo consumo vem crescendo, também vem tomando parte do mercado de álcool e gasolina. Mas mesmo assim, Pires afirma que a queda nas vendas dos combustíveis é um sinal da desaceleração da economia. O GLP, que é o combustível mais influenciado pelo consumo das classes mais baixas, registrou queda de 2,3% no período. Pires lembrou que, além da desaceleração da economia, a queda nas vendas de GLP é influenciada pela substituição do combustível pelo gás natural canalizado. "As distribuidoras de gás canalizado do Rio e de São Paulo, que detêm um peso grande no consumo nacional, têm ampliado a rede de distribuição e isso também contribui para a redução das vendas de GLP", explicou Pires. Já as vendas de gasolina, que são mais influenciadas pela renda das classes média e alta, caíram 0,7% de janeiro a março. O diesel foi a exceção e registrou aumento de 0,1% nas vendas no período. Segundo Pires, o motivo é que as atividades relacionadas aos agronegócios, que mantêm um bom desempenho, ligado principalmente às exportações, tem um peso grande na demanda de diesel no país.