Título: Contrato de energia foi estratégico
Autor: Ivo Ribeiro e Patrícia Nakamura
Fonte: Valor Econômico, 31/05/2005, Empresas &, p. B9

Além de ter acesso rápido às principais rodovias paulistas, a nova usina da Gerdau contou com mais uma vantagem de infra-estrutura: sobre o terreno da unidade passa uma linha de alta tensão da Cia. de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep). Ela transporta energia gerada pela Cia. Energética de São Paulo (Cesp) na hidrelétrica de Jupiá (localizada no rio Paraná, entre as cidades de Andradina, em São Paulo e Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul). A Cesp será responsável pelo fornecimento de energia para unidade de Araçariguama, com contrato mínimo de 15 anos. A Gerdau chegou a negociar com a Eletrobrás para utilizar a energia vinda da Usina de Itaipu - cuja linha de transmissão também passa em cima da nova siderúrgica. Mas o preço e a localização da linha da Cesp contribuíram para a formalização do contrato com a estatal paulista. O suprimento de energia era um item tão importante que a Gerdau também fez negociações com a Eletropaulo, cuja oferta, mais complicada, mostrou-se mais cara. A energia será trazida desde Cabreúva (interior de SP), onde a Cteep mantém um centro de operação. Na prática, a Gerdau "compra" o transporte da energia da Transmissão Paulista, e também cede à empresa sua subestação. Para garantir a confiabilidade do fornecimento de energia, a unidade conta com uma subestação, que exigiu investimentos de R$ 40 milhões. Desse total, R$ 26,6 milhões foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A subestação entrou em operação em 24 de abril e já está integrados ao Operador Nacional do Sistema de Energia Elétrica (ONS), com consumidor livre. A subestação da Gerdau vai rebaixar a tensão da linha, de 440 kilovolts (Kv), em duas linhas. A primeira, de 33 Kv, para alimentação da aciaria. A de 13,8 Kv servirá para suprir as atividades complementares. A alta tensão da linha faz com que menos energia seja perdida entre a geração, o transporte e a redução para voltagens menores. A capacidade da subestação é de 140 megawatts, o suficiente para iluminar uma cidade do tamanho de Campinas, com quase um milhão de habitantes, segundo Domingos Somma, vice-presidente executivo-comercial da siderúrgica. A plena capacidade será toda utilizada quando a segunda etapa da siderúrgica estiver concluída. (IR e PN)