Título: Comércio paulistano fatura mais com pequena alta da inadimplência
Autor: Raquel Salgado
Fonte: Valor Econômico, 02/06/2005, Brasil, p. A3

As vendas a crédito medidas pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) cresceram 5,8% na comparação com maio de 2004. Sobre abril, a alta é de 10,2%. O dado mostra que as vendas no varejo de São Paulo seguem em alta. Mas, de acordo com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o índice mostra desaceleração das consultas ao SCPC e ao Usecheque, que sinaliza o movimento das vendas à vista. No caso das consultas ao SCPC, no primeiro quadrimestre do ano, a alta foi de 6,3% na média. No mês passado, as consultas ao Usecheque tiveram alta de 3,2%, contra uma alta média no primeiro quadrimestre de 4,8%. Sobre abril, a alta foi de 9%.

Um dado que preocupa é a taxa de inadimplência líquida. Em maio, ela chegou a 7,4% e foi a maior para o mês desde 2002, quando atingiu 8,8%. Em abril, a inadimplência já tinha subido para 7,7%, ante 6,4% de abril do ano passado. Para Emílio Alfieri, economista da ACSP, o resultado é um sinal amarelo para o comércio. Ele acredita que a inadimplência em alta pode indicar que o consumidor está atingindo o limite do seu grau de endividamento. Para Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP, a elevação da inadimplência reflete também os juros altos. Para ele, por enquanto, a alta da taxa Selic ainda afeta mais os investimentos e a dívida pública do que o consumo. Mas, na opinião de Afif, se os juros continuarem a subir haverá redução das vendas do varejo e, conseqüentemente, da produção industrial, do emprego e da renda. A inadimplência medida pela Serasa também acelerou e cresceu 18,2% em abril sobre igual mês de 2004. Na comparação com março houve queda de 2,9%. O indicador apura registros de cheques devolvidos, títulos protestados, dívidas vencidas com empresas do varejo, cartões de crédito e financeiras. As dívidas com cartões de crédito e financeiras tiveram a maior representatividade na inadimplência - 35,2% do total de pessoas físicas. (Agências Noticiosas)