Título: PSDB quer dados sobre cartões de crédito de ministros
Autor: Henrique Gomes Batista
Fonte: Valor Econômico, 02/06/2005, Política, p. A6

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou ontem 36 requerimentos do senador Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM) para que ministérios, secretarias de Estado e várias instituições públicas prestem informações sobre a utilização de cartões de crédito corporativos por parte dos titulares das pastas e de seus servidores. Dentre os ministros que terão de divulgar os gastos com os cartões corporativos estão Antonio Palocci (Fazenda), José Dirceu (Casa Civil), Luiz Gushiken (Comunicação de Governo), Tarso Genro (Educação) e José Alencar (Defesa), além do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Esses cartões, criados no governo Fernando Henrique Cardoso, são usados, por exemplo, para a compra de passagens aéreas, gastos com deslocamento de autoridades, pagamento de materiais e serviços mais urgentes na Presidência, como lanches ou cartuchos para impressoras. O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), tentou evitar que os requerimentos fossem aprovados, mas por 14 votos a oito a base governista foi derrotada. "Daqui a pouco vamos derrotar até voto de pesar do governo", ironizou José Jorge (PFL-PE). Arthur Virgílio quer saber quais os gastos de cada instituição com cartões corporativos, principalmente no período entre o ano de 2003 até os dias de hoje, os nomes dos funcionários beneficiados e os gastos de cada um nesse período. Somente um requerimento teve aprovação parcial. É o que solicitava informações à Secretaria Geral da Presidência da República sobre a utilização dos cartões corporativos de Eduardo Jorge Caldas Pereira, Eduardo Graeff, Aloysio Nunes Ferreira, Euclides Scalco - todos ministros do governo anterior - e do próprio Arthur Virgílio, entre 1995 e 2002. Segundo entendimento do relator, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), quatro das seis informações solicitadas estariam resguardadas por sigilo bancário e não poderiam ser divulgadas. Tal requerimento será encaminhado apenas no que diz respeito ao pedido de informações sobre a quantidade de funcionários autorizados a utilizar os cartões de crédito. Os ministérios terão 30 dias para responder aos requerimentos. A Constituição determina que a recusa ou a prestação de informações falsas são classificadas como crime de responsabilidade. (Com agências noticiosas)