Título: Fábrica de cimento da CSN ficará no Rio
Autor: Ivo Ribeiro
Fonte: Valor Econômico, 02/06/2005, Empresas &, p. B8

O presidente da Cia. Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, disse ontem que o projeto da construção da fábrica de cimento no Rio de Janeiro está pronto e prevê produção inicial de 1,5 milhão de toneladas. O objetivo é ampliar esse volume rapidamente. A CSN quer aproveitar dois subprodutos - escória do alto forno e calcário - para fabricar cimento. Quanto aos negócios da companhia, Steinbruch espera um bom mercado de minério de ferro para 2006 e 2007, quando pretende iniciar exportação do produto após a expansão de sua mina Casa de Pedra, em Minas. O minério de Casa de Pedra é alvo de disputa com a Vale do Rio Doce, dona de direito de compra do excedente, no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O órgão vai julgar várias aquisições realizadas pela Vale e a CSN espera que os conselheiros venham a suprimir esse acordo, firmado em 2001 pelo prazo de 30 anos. Outra pendência envolvendo a CSN é a ferrovia MRS. A Vale tem 40% do capital, número que fere a legislação, que limita a 20% e é alvo de análise da agência reguladora, a ANTT, e do próprio Cade. "Monopólio está fora de moda", reiterou Steinbruch. Ele espera ainda neste mês uma decisão favorável no Cade. Isso porque, na sua avaliação, com mais concorrência há redução de custos e preços, aliada ao aumento da oferta. "Estamos do lado certo dessa vez", disse Steinbruch. O presidente da CSN acredita que todos querem uma logística favorável para aumentar a produção. Isso vai beneficiar, além do setor siderúrgico, a petroquímica e os produtores de grãos. O presidente do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), Luiz André Rico Vicente, também disse que todo o setor gostaria de mais competição na logística e esse desejo já foi levado ao Cade. Ele informou que as usinas, além do aço, transportam 80 milhões de toneladas de carvão, minério, ferro-ligas e há grande dependência da malha ferroviária no Centro-Sul.