Título: Recebíveis movimentam US$ 953 milhões em maio
Autor: Altamiro Silva Júnior
Fonte: Valor Econômico, 02/06/2005, Finanças, p. C3

Mercado se recupera e novas operações saem do forno

A volta da emissão de recebíveis no mercado brasileiro em maio chamou a atenção dos investidores em um conferência em Miami no final do mês passado. Depois de um fraco início de ano, o mercado de securitização brasileiro emitiu US$ 953 milhões em maio, um crescimento de 277% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo um relatório da Standard & Poor's (S&P) comentando as conclusões da "IV Conferência Anual Latino-Americana de Securitização", que reuniu 200 investidores, banqueiros e analistas. "O mercado de securitização doméstico continua se expandindo, com um sólido volume de emissão em maio", destaca o analista de crédito da S&P, Cesar Fernandez. Os dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) confirmam. A autarquia está analisando o lançamento de mais nove fundos de direitos creditórios (os FIDCs). Estas carteiras prometem captar pelo menos R$ 407 milhões. Entre elas, a maior será a da Cataguazes Leopoldina, de R$ 210 milhões. Quem também pretende lançar um fundo de recebíveis é a Ingresso Fácil, conhecida por vender os ingressos dos principais campeonatos de futebol, entre eles a Libertadores e o Campeonato Brasileiro. O fundo, em processo de estruturação, deve ser de pelo menos R$ 15 milhões. Segundo Marcelo Xandó, diretor da Verax BCSul, que estrutura os fundos do Banco Cruzeiro do Sul, as empresas estão tirando as operações do forno. Segundo ele, o episódio do Banco Santos, indiretamente, acabou ajudando os recebíveis, pois estes papéis estão se tornando a opção para as fundações que antes aplicavam em CDBs e tiveram que migrar para títulos públicos após a intervenção. Apesar do crescimento dos recebíveis no Brasil, o México já é o o líder na América Latina em operações estruturadas. No ano passado, elas bateram em US$ 10 bilhões, segundo a S&P, com destaque para as operações lastreadas em hipotecas residenciais.