Título: Urna eletrônica garante R$ 43 milhões à Probank
Autor: Ivana Moreira
Fonte: Valor Econômico, 19/10/2004, Empresas, p. B-4

As eleições totalmente informatizadas do Brasil vão render à Probank, prestadora de serviços de tecnologia da informação, R$ 43 milhões. O contrato com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é o maior já assinado pela empresa mineira, que venceu a licitação para suporte técnico concorrendo com empresas como Embratel, Politec, CTIS e a americana Diebold Procomp. A Probank é a primeira empresa 100% nacional a prestar esse tipo de suporte ao TSE. Nas duas eleições anteriores, quando já funcionava o sistema de voto eletrônico, as empresas contratadas para o suporte foram as americanas Unisys e Diebold Procomp, que também são as fabricantes de urnas eletrônicas. O contrato com a empresa mineira, para o período de 2 de agosto a 30 de novembro, prevê a instalação e operação de mais de 406 mil urnas eletrônicas, distribuídas por 359.326 seções eleitorais em todos os 5.563 municípios brasileiros. "O grande desafio neste projeto é a complexidade logística para atender todos os municípios brasileiros", conta o diretor-executivo da Probank, Paulo Martins. A empresa venceu a licitação do TSE, na modalidade de pregão, apresentando o melhor preço. A proposta da Probank representou uma economia de 14% em relação ao orçamento previsto para o contrato. Para dar conta do serviço, a companhia precisou contratar 12 mil técnicos em informática, em regime temporário, para um período médio de 60 dias. Também contratou os serviços de duas concorrentes, a Rosch e a Brasília Informática, para ajudá-la nos Estados onde não têm escritório. "É uma alternativa que deveria ser seguida por outras empresas brasileiras para disputar projetos de grande porte com corporações globais", diz Martins, referindo-se ao acordo operacional com as concorrentes. "Trouxemos para o projeto as melhores práticas e a experiência de cada empresa." Cabe aos técnicos da Probank desde a instalação dos equipamentos até a transmissão e a totalização dos votos nos dois turnos das eleições. O diretor da empresa diz acreditar que o contrato com o TSE poderá abrir portas para trabalhos de suporte às eleições em outros países, uma vez que a tecnologia brasileira de votação eletrônica já está sendo exportada. Segundo balanço do TSE, apenas 0,79% das urnas - 2.862 unidades - apresentaram problemas no primeiro turno. Destas, apenas 225 não puderam ser substituídas e a votação teve de ser manual. O presidente do TSE, ministro Sepúlveda Pertence, comemorou a melhora na performance. Em 2002, 1,04% das urnas apresentaram problemas técnicos. Segundo ele, não houve nenhum evento grave em 3 de outubro. O contrato de suporte técnico para o TSE representará cerca de 33% do faturamento previsto para 2004 pela Probank, que é de R$ 130 milhões. Segundo o diretor, mesmo sem o trabalho de suporte às eleições, o resultado de 2004 seria quase 70% maior que o de 2003, chegando a R$ 90 milhões. No ano passado, a receita foi de R$ 54 milhões. "Os bancos, especialmente os oficiais, estão investindo muito na retaguarda bancária porque precisam de mais agilidade no atendimento", afirma Martins. Os bancos representam, tradicionalmente, 78% do faturamento da Probank. Em operação desde 1992, a Probank é uma empresa familiar com foco na prestação de serviços para o mercado público e tem na carteira de clientes companhias como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para 2005, a meta é crescer também no segmento privado e atingir faturamento de R$ 150 milhões.