Título: Servidores da Previdência mantêm paralisação
Autor: Arnaldo Galvão
Fonte: Valor Econômico, 03/06/2005, Brasil, p. A3

O ministro da Previdência, Romero Jucá, apelou para que os grevistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) voltem ao trabalho e explicou que o orçamento da União não tem como acomodar nada além do reajuste de 22% programado para os salários desses servidores em 2005. Durante entrevista coletiva concedida ontem, Jucá disse que está na fase "paz e amor". Ele respondia às perguntas sobre o corte do ponto dos grevistas. Garantiu que está aberto às negociações mas também tem de respeitar a responsabilidade fiscal. "Não há motivo nem é a hora de uma greve. O recado dos grevistas já foi dado e nós entendemos", disse o ministro. Jucá afirmou que o melhor que os servidores tem a fazer, ao contrário de prejudicar a população com uma paralisação, é "trabalhar até a madrugada para acabar com as filas". O ministro da Previdência disse que está em estudo a criação de uma gratificação por desempenho para premiar os funcionários que contribuem com a melhoria do atendimento. "Estamos fechando um novo modelo administrativo e negociando a realização de mais concursos. Por isso, a greve penaliza a população e não tem sentido." Os servidores do INSS paralisaram ontem suas atividades para reivindicar 18% de reajuste em junho, além dos 22% já programadas. O dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), Carlos Alberto dos Santos, informou que cerca de 60% dos servidores aderiram à greve. Segundo Jucá, funcionários de apenas 14 Estados aderiram à paralisação de forma parcial, principalmente nas maiores capitais. O atendimento nas agências do INSS foi afetado: 151 agências em todo o país ficaram fechadas, enquanto outras 121 funcionaram parcialmente, segundo balanço divulgado por Jucá. A Condsef informou no início da noite que o movimento teve adesão parcial em 15 órgãos federais e continuará por prazo indeterminado. Doze estados não foram atingidos pela paralisação e todas as agências funcionaram: Acre, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins. Os outros foram atingidos parcialmente. Na manhã de ontem, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, recebeu sindicalistas, mas manteve a proposta de reajuste de apenas 0,1%. "Só terá negociação se tiver dinheiro", disse Bernardo. Um novo encontro deverá ocorrer na semana que vem. (com Agência O Globo)