Título: Varig melhora desempenho e reduz perda no trimestre
Autor: Vanessa Adachi
Fonte: Valor Econômico, 03/06/2005, Empresas &, p. B2

Aviação Receita cresceu 19% e prejuízo caiu 70%, para R$ 51,5 milhões

Mesmo com a frota reduzida e com perda de mercado, a Varig conseguiu aumentar sua receita e melhorar suas margens operacionais no primeiro trimestre do ano. O resultado líquido, entretanto, continuou sendo um grande prejuízo, devido às pesadas despesas para pagamento de dívidas. A perda no trimestre foi de R$ 51,5 milhões, inferior aos R$ 171,2 milhões de 2004. A receita líquida total aumentou 19% em relação ao primeiro trimestre de 2004 e alcançou R$ 2,235 bilhões. O número de passageiros transportados subiu 18,3%, para 3,4 milhões. A participação dos vôos domésticos nas receitas subiu de 33,2% para 39,7%. Os vôos internacionais saíram de uma fatia de 66,8% para 60,3% (inclui Varig, Rio Sul e Nordeste). Os custos dos serviços prestados (em vôos) aumentaram de R$ 1,251 bilhão para R$ 1,517 bilhão. Nos itens de custos e despesas, a única que caiu foi a comercial - de R$ 436 milhões para R$ 383 milhões. O chamado resultado da atividade (lucro antes do pagamento de juros e impostos) aumentou 228%, de R$ 44,6 milhões no primeiro trimestre do ano passado para R$ 146,5 milhões agora. A margem da atividade em relação à receita líquida subiu de 2,4% para 6,6%. A margem ebitdar (lucro antes do pagamento dos juros, impostos, depreciação, amortização e leasing) passou de 10,2% para 16,4% da receita líquida. Embora melhor, o indicador ainda deixa bastante a desejar em relação à concorrência. A margem da Gol foi de 40% e a da TAM, 23% - de acordo com as regras contábeis americanas, nos dois casos. "O grande ponto para ampliar as margens foi a melhoria da taxa de aproveitamento dos aviões", disse o diretor de relações com investidores, Ricardo Bullara. De um aproveitamento médio de 62% no primeiro trimestre de 2004, a empresa passou agora a uma taxa de 68% em relação aos assentos oferecidos em seus vôos. E o que provocou essa melhoria, além do aumento do número de passageiros, foi, principalmente, a redução da frota de aviões no período. Há um ano a empresa tinha 95 aeronaves e agora tem 87. As despesas financeiras da Varig no período totalizaram R$ 135,5 milhões, ante R$ 144,3 milhões um ano atrás. "Enquanto tivermos esse tipo de serviço da dívida, não vamos remunerar o acionista", disse Bullara. A ação preferencial da empresa fechou em alta de 5,36% ontem, cotada a R$ 1,77. O papel, de pouca liquidez, acumula uma valorização de 34% nos últimos trinta dias, impulsionado pelas notícias sobre o acordo com a portuguesa TAP. Pela cotação de ontem, a Varig era avaliada pelo mercado em R$ 123,7 milhões.