Título: Controle maior de armamento antiaéreo
Autor: Tatiana Bautzer De Fort Lauderdale
Fonte: Valor Econômico, 07/06/2005, Internacional, p. A9

Uma resolução que estabelece maior controle de armas antiaéreas provocou nova divergência ontem na reunião da OEA, apesar da maior visibilidade da disputa em torno do mecanismo de fiscalização da democracia. Os Estados Unidos propuseram uma resolução sobre esse tipo de armas, com um conjunto de regras anexo, pelo qual os países teriam que informar à OEA o número de sistemas de mísseis portáteis (que podem ser utilizados para defesa antiaérea) possuídos por seus exércitos e tomar precauções para evitar que esse tipo de arma caia em mãos de grupos terroristas. A resolução acabou sendo aprovada, mas com as diretrizes apresentadas apenas como recomendação. O Brasil concordou com as precauções para evitar que esse tipo de arma termine em mãos de grupos terroristas, mas no país essas armas já são consideradas de uso exclusivo das Forças Armadas e são submetidas a controles adicionais. O temor de adoção das diretrizes era de que nas próximas mudanças da resolução fossem adotadas mais restrições ao uso desse tipo de armamento por exércitos. O governo brasileiro considera que essas armas são úteis para o Exército, e argumenta que nunca houve nenhum incidente que tenha atingido aviões civis na região. Outro argumento foi em relação à falta de restrições internacionais a armas de fogo como revólveres, que têm muito mais relação com a violência urbana no Brasil, por exemplo. Oficialmente, o Brasil era o único país que se opunha à resolução, que acabou sendo aprovada para evitar a criação de mais atritos, já que a negociação do texto final da Declaração da Flórida estava difícil ontem.