Título: Recursos milionários
Autor: Tahan, Lilan ; Filgueira, Ary
Fonte: Correio Braziliense, 02/04/2010, Cidades, p. 29

Em 27 de março de 2006, reportagem do Correio revelou que recursos milionários da União destinados a projetos sociais e esportivos eram enviados a ONGs, federações e sindicatos ligados a partidos que deram suporte à reeleição de Lula. Entre as entidades citadas na matéria ganharam destaque as práticas da Federação Brasiliense de Kung Fu, a Febrak, alvo ontem da Operação Shaolin. Na época, o Correio mostrou que em 2005 a Febrak foi a quarta entidade que mais recebeu dinheiro do Ministério do Esporte para o Programa Segundo Tempo em todo o país. Até março de 2006, ano em que a reportagem foi publicada, o DF era o maior receptor das verbas federais para o Segundo Tempo. Havia recebido naquela altura 97,1% dos R$ 3,64 milhões de recursos destinados ao programa. O ministro do Esporte à época era Agnelo Queiroz, então filiado ao PCdoB. João Dias, também do PCdoB, era o presidente da Febrak. Apesar de a Febrak ter recebido R$ 2 milhões destinados à compra de lanche, uniforme, pagamento de instrutores para a realização do Programa Segundo Tempo, o Segundo Tempo funcionava precariamente. Os alunos deveriam ter atividades três vezes por semana, em horários entre as 14h e as 18h, mas só eram atendidos em uma hora por semana, sempre no turno em que estudavam, situação que descaracterizava a filosofia do programa. Dois anos depois de aparecerem as primeiras irregularidades, o Ministério Público Federal abriu ação na tentativa de recuperar o dinheiro repassado às entidades comandadas por João Dias. O fato foi publicado com exclusividade em reportagens do Correio, uma delas veiculada na edição de 17 de outubro de 2009 sob o título de Golpe Baixo contra o Segundo Tempo. (LT)