Título: Para Skaf, economia será contaminada
Autor: Cristiano Romero, Maria Lúcia Delgado e Rosângela
Fonte: Valor Econômico, 09/06/2005, Política, p. A8

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, considera um desrespeito, no atual momento, especular sobre o impeachment do presidente da República. Mas, apesar disso, defende a investigação rigorosa das graves acusações de corrupção que envolvem parlamentares e o Executivo e a punição exemplar dos culpados. Skaf esteve ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em companhia de um grupo de empresários. Ele reconhece que vai haver algum contágio da crise política na economia, mas espera que ele seja o menor possível. "O cenário político e o equilíbrio econômico andam juntos", diz. Skaf diz que a classe empresarial defende instituições fortes e a democracia. Se alguns parlamentares estão sendo acusados, o Congresso tem de ser respeitado. Também vale o respeito ao Executivo: "Tudo o que for necessário para investigar tem de ser feito, mas sem desrespeito às instituições da República". O que interessa a todos, segundo o presidente da Fiesp, é que o Brasil tenha crescimento sustentado e mais empregos. E isso é suficiente para que a sociedade se esforce e evite maior contaminação da crise política na economia. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), também esteve ontem no Planalto e, questionado se pretende deixar o PTB, partido do deputado Roberto Jefferson, que deflagrou a nova onda de denúncias contra o parlamento e a cúpula do PT, negou que esteja procurando outra legenda: "Por enquanto, luto para que meu partido se reencontre com sua história". Na sua opinião, pessoas maculam partidos, mas os partidos têm de ser preservados.