Título: País desiste de poder de veto para ter vaga na ONU
Autor: Sergio Leo
Fonte: Valor Econômico, 10/06/2005, Brasil, p. A2

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, confirmou ontem que o Brasil e os outros países candidatos a um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) - Índia, Alemanha e Japão - expressaram por escrito sua renúncia ao poder de veto, caso sejam atendidos na reivindicação de participar permanentemente do principal órgão político da ONU. "O ideal, do ponto de vista brasileiro, até seria que não houvesse (poder de) veto entre todos os membros do Conselho de Segurança, mas sabemos que isso não é realista", comentou o ministro. Amorim já havia manifestado a posição do Brasil, que ocupa um assento temporário no Conselho de Segurança, e defende a cadeira permanente pela influência que traria ao país nas decisões de alto nível da ONU. Brasil, Índia, Alemanha e Japão, o chamado G-4, já haviam apresentado uma proposta de reforma do Conselho de Segurança, que prevê a ampliação dos assentos permanentes, hoje restritos a Estados Unidos, Inglaterra, França, China e Rússia, que têm poder de vetar individualmente qualquer decisão do órgão. Na quarta-feira, o G-4 apresentou uma emenda ao projeto para esclarecer que seus integrantes não ambicionam o poder de veto, pelo menos nos próximos 15 anos, após os quais deve haver uma revisão da estrutura do conselho. "Temos de lidar com o ideal e com a realidade; o ideal seria uma igualdade absoluta entre os membros permanentes atuais e os novos", disse o ministro. A proposta do G-4 prevê também dois assentos permanentes para países africanos.