Título: Ultratec conclui conversão da P-47
Autor: Francisco Góes
Fonte: Valor Econômico, 10/06/2005, Empresas &, p. B8
A Ultratec fez ontem o encerramento simbólico das obras de conversão da plataforma P-47, uma unidade flutuante de processamento, armazenamento e transferência de petróleo destinada ao Campo de Marlim, na Bacia de Campos, em cerimônia com a presença do presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva. O navio, que originalmente era usado para estocar óleo, foi convertido com investimentos de US$ 83 milhões pela Petrobras, dos quais 70% dos recursos foram aplicados no Brasil. A obra levou 29 meses para ser concluída e gerou 1,3 mil empregos diretos e 3,9 mil indiretos. A P-47 será conectada a quatro unidades de produção e irá tratar e armazenar o óleo produzido pelas plataformas P-18, P-19, P-20 e P-27. O processo aumentará a qualidade e o valor de mercado do produto. A unidade, com capacidade para tratar 150 mil barris/dia, será instalada em lâmina d'água de 189 metros, a 163 quilômetros do litoral. Segundo a Petrobras, a P-47 é equipada com plantas de tratamento capazes de reduzir a quantidade de sal e água, contido no petróleo, para menos da metade do que já é retirado nas plataformas convencionais. A conversão foi feita no porto do Rio, o que exigiu adequação de um armazém. O presidente da Ultratec, Ricardo Ribeiro Pessôa, disse que foi a primeira vez que se fez a conversão de um navio-plataforma no porto. Ele lembrou que o consórcio Marlim Leste (CML), formado por Ultratec, Queiroz Galvão e Iesa, assinou contrato para a construção das facilidades de produção e integração de outra plataforma, a P-53. Prevista para entrar em operação no início de 2008, no campo gigante de Marlim Leste, a P-53 tem capacidade de produzir 180 mil barris de petróleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Pessôa informou que a conversão do navio da P-53 está sendo feita em Cingapura, em contrato da Petrobras com o estaleiro Keppel Shipyard. A construção das facilidades de produção e integração da plataforma, a cargo do consórcio CML, foram distribuídas entre o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul. E a construção dos módulos de geração de energia e de compressão de gás ficaram a cargo da Rolls Royce e da Dresser, respectivamente, no Rio. Segundo Pessôa, após a integração dos módulos em Rio Grande (RS), a plataforma seguirá para a Bacia de Campos. Ele interpreta que ao ser instalada no Rio a plataforma não precisará pagar ICMS, pois o consórcio também conseguiu a quitação do imposto no Rio Grande do Sul. Se fosse cobrado o imposto, o projeto seria encarecido. Além de construir plataformas, a Ultratec presta serviços de manutenção para unidades que já estão em operação.