Título: Paranaguá amplia aposta em algodão
Autor: Fernando Lopes, Sérgio Bueno e Marli Lima
Fonte: Valor Econômico, 10/06/2005, Agronegócios, p. B13

A quebra na safra de algodão no Paraná foi de 40% e, em vez das 137 mil toneladas previstas, estão sendo colhidas 82 mil toneladas, 9% menos que na safra passada. O preço também está menor. Se em maio de 2004 a arroba foi vendida por R$ 17,54, no mês passado ela valia R$ 13,12. Mesmo assim, o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) trabalha para dobrar o volume exportado, passando de 150 mil toneladas para 300 mil toneladas do produto. Para atingir a meta, representantes do TCP passaram 15 dias de fevereiro no Mato Grosso para apresentar o terminal aos produtores daquele estado e conhecer suas necessidades. E o grupo voltou em abril com propostas de serviço. No ano passado, o TCP sofreu com a falta de navios e contêineres e teve de dividir as cargas com o porto de Santos. O gerente comercial do terminal paranaense, Marcelo Marder, afirma que o mesmo não acontecerá em 2005. "Tínhamos 12 escalas mensais para o Extremo Oriente, para onde vai mais da metade do que é embarcado, e agora temos 24 escalas", contou o executivo. De acordo com ele, o terminal tem mudado a maneira de trabalhar. Após vencer a licitação, em 1997, passou alguns anos esperando pelo cliente. No ano passado, mudou de postura e decidiu ir atrás dele. Em linha com essa proposta, também foram visitados produtores dos Estados de Goiás e do Mato Grosso do Sul. Ontem, o TCP recebeu em Paranaguá corretores de algodão credenciados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), agentes comerciais de armadores e representantes de cooperativas. Os convidados vieram de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pernambuco e São Paulo. No dia 18, os diretores estarão na Ilha de Comandatuba, na Bahia, porque o TCP é co-patrocinador do 4º Anea Cotton Dinner, evento promovido pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão e que reúne os representantes da cadeia do algodão. O TCP desenvolveu pacotes de serviços em conjunto com parceiros para fazer recepção, armazenagem, transporte dos contêineres, estufagem, inspeção e embarque. Entre esses parceiros estão a MR2 Logística, que conta com um armazém retroportuário em São José dos Pinhais (PR), a Wilson Sons Logística, que faz transporte rodoviário, a DHL Express e a Wakefield Inspections, além de despachantes aduaneiros. No ano passado, as exportações brasileiras de algodão - cujas cotações internacionais estavam mais atraentes para embarques - somaram cerca de 350 mil toneladas. Os embarques costumam ter início no mês de julho e se prolongam até dezembro. Além da nova safra, Marder afirma que conta com o escoamento dos estoques para aumentar o volume de embarque. (ML)