Título: Governo promete levar MP à votação; PFL é contra
Autor: Chico Santos e Catherine Vieira
Fonte: Valor Econômico, 14/06/2005, Finanças, p. C3

No dia em que o governo terá de enfrentar disputas políticas na Câmara e no Congresso, o Palácio do Planalto precisa aprovar ainda hoje no Senado a Medida Provisória 233, editada para criar a Superintendência de Nacional de Previdência Complementar (Previc) e modificar sensivelmente as regras tributárias da previdência privada. A MP perde a validade legal se não for votada hoje. O PFL, contudo, não concorda com alguns pontos da medida, mas chegará ao plenário dividido. O governo já definiu que levará a MP a voto. O PFL é contra a criação de 120 cargos na Previc e da nova Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar (Tafic), que começa com R$ 15 e pode chegar a R$ 2,8 milhões trimestrais, dependendo do tamanho do patrimônio do fundo. "Somos totalmente contra a votação de uma MP que cria mais cargos na administração pública e, principalmente, novas taxas", afirmou o líder do PFL, José Agripino Maia (RN). Ele acredita que a MP vai à votação sem a certeza de vitória por parte do governo. Além de todas as implicações econômicas, a votação da 233 colocará à prova a possibilidade de o governo votar projetos importantes para a economia em meio à crise política. O líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (PT-SP), tentava driblar as resistências da oposição, especialmente do PFL, mas garantiu que a MP será votada impreterivelmente. Uma das estratégias do governo para tentar aprovar a MP hoje é buscar um diálogo com o PSDB, já que as resistências, até o momento, estão concentradas no PFL. O PSDB confirmou que votará junto com o PFL.