Título: Após depoimento, Bovespa retoma alta e avança 3,38%
Autor: Paula Laier
Fonte: Valor Econômico, 17/06/2005, Finanças, p. C2

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em expressiva alta ontem, no dia do testemunho do presidente do PTB, Roberto Jefferson. O Índice Bovespa subiu 3,38%, aos 25.744 pontos. Ao longo do dia, o principal índice do segmento acionário chegou a cair 2,3%, aos 24.329 pontos na mínima, e a subir 3,56%, aos 25.789 pontos, no maior patamar. O volume financeiro totalizou R$ 2,172 bilhões, bem acima da média diária mensal (R$ 1,462 bilhão, até o dia 13) e anual (R$ 1,542 bilhão). Os comentários do parlamentar não agregaram provas às denúncias feitas por ele contra o PT. Isso abriu espaço para a "zeragem" de posições dos investidores que, apostando na crise, estavam vendidos em contratos de Ibovespa futuro, cujo vencimento ocorre hoje na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Depois que estes se desfizeram de posições, houve melhora significativa no desempenho do Ibovespa. Em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, o presidente do PTB não disse nada diferente nem provou nenhuma das denúncias feitas por ele próprio, citou um operador. Com isso, houve uma certa correção ao exagero de cautela dos últimos dias, acrescentou. Além disso, as quedas recentes deixaram muitos papéis atrativos. Entre as maiores altas do Ibovespa: Klabin PN subiu 12,36%, para R$ 4,27; Cesp PN avançou 8,77%, para R$ 11,40; Tele Leste Celular PN ganhou 7,96%, para R$ 19,79; Embratel PN, mais 7,36%, para R$ 5,10; e Net PN, 6,89%, para R$ 0,62. No outro extremo, apenas três papéis da carteira teórica do índice caíram: Aracruz PNB, 0,70%, para R$ 8,46; Itaúsa PN declinou 0,19%, para R$ 5,04; e Tractebel ON cedeu 0,08%, para R$ 11,70. Os rumores de que uma revista publicaria uma edição extra com novos fatos sobre a questão política motivaram a inversão do tom positivo da abertura no final da manhã. Pelos comentários, a revista viria com entrevista com a secretária do publicitário Marcos Valério, citado por Jefferson na segunda entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo" como "operador" da distribuição do "mensalão".