Título: Canadenses dominam a cena e vão investir US$ 1,8 bi em novos projetos
Autor: Patrícia Nakamura
Fonte: Valor Econômico, 17/06/2005, Empresas &, p. B8

Dez anos depois de intensificarem suas pesquisas no Brasil, as chamadas "junior companies" (mineradoras de pequeno e médio portes) começam a concretizar projetos de exploração. Somente essa categoria de compnhias devem investir cerca de US$ 1,8 bilhão entre 2004 e 2008. O valor engloba aquisição de áreas, prospecção e instalação de maquinário nas jazidas. São pelo menos 25 companhias canadenses instaladas no Brasil (sozinhas ou em parceria estratégica com gigantes mundiais), a maioria delas estão em fase de prospecção. Poucas já estão produzindo, entre elas a Desert Sun, que explora ouro na Bahia. Em 2006, a Yamana começará a explorar o metal no interior de Goiás, num investimento total de US$ 200 milhões. Ainda no ano que vem deve entrar em operação a primeira fase do projeto de níquel Onça Puma, no Pará , da Canico Resource, que custará US$ 750 milhões. De acordo com Franz Brandenberger, adido comercial de mineração e segurança da embaixada do Canadá do Brasil, a presença dessas companhias ficou mais forte a partir de 2002. Na época, os preços das commodities estavam em plena queda e grandes mineradoras se desfizeram de áreas nas quais vinham efetuando pesquisas. Assim, fizeram caixa para aquisições de empresas que já tinham jazidas em fase de operação. Metais básicos, ouro, diamantes e gemas (turmalinas, quartzo, ametista, citrino, água-marinha e topázio, entre outras) sãos os principais focos dos canadenses. Só a Vaaldiam, com sede em Toronto, e a Rio Tinto deverão aplicar US$ 12,5 milhões em pesquisa mineral em Pimenta Bueno (RO), onde as mineradoras estudam a extração de kimberlito (a rocha matriz de diamantes). A Rio Tinto, que havia repassado os direitos minerários à Vaaldiam em 2003, voltou ao projeto de olho no potencial da área. Atualmente, o Brasil responde por menos de 1% dos diamantes produzidos mundialmente. Entretanto, as jazidas maduras começam a se exaurir e as mineradoras iniciam uma corrida desenfreada por novas áreas, disse Luiz Bizzi, sócio da consultoria mineral B&A. De acordo com os especialistas ouvidos pelo Valor, o Brasil divide a preferência das "juniors" com o Peru e México, por terem dados geofísicos mais consistentes. Alguns países da África e Ásia também atraem a atenção de investidores, a despeito da falta de informações. O Brasil oferece como vantagem competitiva os baixos custos de exploração. (PN)