Título: Pimenta atribui depósito a honorários por serviços do escritório de advocacia
Autor: Ivana Moreira
Fonte: Valor Econômico, 16/06/2005, Política, p. A7

Os ex-ministros Pimenta da Veiga e Anderson Adauto negaram ontem as informações divulgadas na entrevista da secretária da SMP&B à "Isto É Dinheiro". O ex-ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga (PSDB), admitiu ter recebido dinheiro da SMP&B, mas afirmou que tratava-se de honorários por serviços de advocacia prestados a agência. Segundo ele, foram duas parcelas de R$ 75 mil entre abril e maio de 2003. Já o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto (PL) afirmou que foi cliente da agência, encarregada de fazer sua campanha a deputado federal. Adauto contou que voltou a procurar a agência antes da campanha para a prefeitura de Uberaba, em 2002 para solicitar um planejamento. De acordo com ele, foi este estudo que seu irmão foi buscar na SMP&B e não dinheiro, como declarou Fernanda Karina Somaggio. Adauto contou que acabou optando por outra agência para cuidar da campanha a prefeitura. O prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), com quem Marcos Valério mantém boas relações de acordo com a entrevista da ex-secretária, negou conhecer o publicitário. O Banco do Brasil e Banco Rural divulgaram notas negando qualquer tipo de relação ilícita com a agência de publicidade de Belo Horizonte. O mineiro Rural informou que não há qualquer registro do uso do avião do banco por Marcos Valério, como declarou a ex-secretária na entrevista da "IstoÉ Dinheiro". Antes de se pronunciar sobre o caso, tucanos como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, já previam que a alegação para os depósitos seriam o pagamento de honorários advocatícios. Alckmin demonstrou tranquilidade. "Tenho absoluta certeza de que ele vai explicar. Na vida pública, não há problema nenhum em se explicar tudo", disse. Enquanto esteve no ministério das Comunicações, Pimenta da Veiga não foi o responsável pela contratação da SMP&B para a publicidade dos Correios. Em julho de 2000, o ministro substituiu a direção da ECT e promoveu uma nova licitação de publicidade, aumentando a verba do setor de R$ 47 milhões para R$ 60 milhões. As agências Salles D'Arcy e DM9DDB foram substituídas pela Standard Ogilvy, Fischer Amércia e Giacommetti. Os contratos foram renovados em 2001 e 2002. Em outubro de 2003, quando o presidente da ECT era Airton Dipp e o ministro era Miro Teixeira, a SMP&B foi uma das vencedoras na licitação, com a verba subindo para R$ 75 milhões. (IM, colaborou César Felício, de São Paulo)