Título: Banco do Brasil defende regularidade de licitação; Rural rejeita denúncias
Autor: Ivana Moreira
Fonte: Valor Econômico, 16/06/2005, Política, p. A7

O Banco do Brasil divulgou ontem duas notas em que defende a regularidade do processo de escolha de agências de publicidade que cuidam das contas da instituição. Os comunicados também rebatem acusações feitas anteontem pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e em entrevista publicada no site da revista "IstoÉ Dinheiro". Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, Jefferson disse que em 2004 recebeu de Marcos Valério, sócio da agência de publicidade SMP&B, R$ 4 milhões, repassados por ordem de dirigentes do PT para financiamento de campanha. O deputado diz que o dinheiro foi entregue com "etiquetas" do BB. O BB afirma em sua nota que, por delegação do Banco Central, opera como supridor de dinheiro para todo o sistema financeiro em todo o Brasil. "Por esse motivo, grande parte do numerário que circula pelo país tem a cinta identificadora ou carimbo do BB", diz a nota. A outra nota rebate entrevista à revista "IstoÉ Dinheiro" de Fernanda Karina Ramos Somaggio, que foi secretária de Valério na SMP&B. Ela afirmou que Valério organizava festas para "a alta cúpula e para a área de marketing" do BB. Também insinuou que a SMP&B teria sido selecionada como agência de publicidade do BB, por meio da Multiaction, em um processo licitatório viciado. "As afirmações contidas na entrevista são desrespeitosas, caluniosas e configuram em uma tentativa de macular a instituição e a reputação dos profissionais do BB", diz a nota do banco. Sobre a licitação, o BB diz que obedeceu os trâmites regulares - que culminaram com a contratação, em setembro de 2003, de três agências, a D+ Brasil Comunicação Total, a DNA Propaganda e a Ogilvy Brasil Comunicação. A Multiaction, portanto, não seria contratada diretamente pelo BB. O BB afirma ainda que determinou a apuração dos fatos. Também o Banco Rural divulgou ontem em Belo Horizonte nota informando que jamais contribuiu para o esquema do mensalão e que os depósitos recebidos de clientes têm sempre a origem identificada. Segundo a nota, o avião do banco é utilizado apenas para fins profissionais e o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, nunca viajou nele. O banco confirmou que a agência SMP&B, do publicitário Marcos Valério, é responsável pela propaganda da instituição há dez anos. Ainda de acordo com a nota, o então vice-presidente José Augusto Dumont mantinha contato com várias pessoas, tanto da esfera privada quanto pública, e não há registro de que ele tenha estado em Brasília em 22 de julho de 2003. (Com agências noticiosas)