Título: Crescimento de produto popular entusiasma Susep
Autor: Catherine Vieira
Fonte: Valor Econômico, 20/10/2004, Finanças, p. C-3

Apesar de recém-criado no Brasil, o seguro de vida popular já ultrapassou o número de 1,5 milhão de apólices vendidas, com valor mensal de até R$ 10. A expectativa é de que mais 1 milhão de apólices possam ser vendidas até o fim do ano. O bom desempenho do produto só aumenta o entusiasmo do titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), René Garcia, com o segmento de seguros populares. "Não há muito espaço para crescimento do setor junto aos clientes de classe média, por isso precisamos investir na popularização, é a única forma de alcançar um crescimento maior", avalia. Para Garcia, essa popularização, aliada à redução crescente do IOF, anunciada este ano, pode trazer para o segmento de seguros de vida um incremento anual de 20% durante um período de pelo menos cinco anos. Para traçar essa projeção, Garcia gosta de lembrar, além do potencial de massificação desse mercado, da experiência similar que ocorreu no México. Lá, diz ele, a popularização proporcionou um crescimento anual de 25% durante cerca de cinco anos. Outra medida que vai dar fôlego ao segmento é a regulamentação de um novo produto, o chamado "Universal Life". A novidade é esperada e prometida há tempos pela Susep, desde a época em que o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) foi lançado, há dois anos. Por conta de um entrave relacionado à questão tributária, o produto acabou não saindo, mas o superintendente garante que até o fim do ano ele será regulamentado. No "Universal Life" é como se o cliente comprasse um mix de plano de acumulação (VGBL/PGBL) com seguro de vida. A diferença desse produto para a compra dos dois outros separados é que, quando o cliente tem algum tipo de problema e precisa interromper as contribuições por um período, a seguradora pode retirar o valor relativo à apólice de seguro de vida das reservas já acumuladas. Isso porque se a interrupção da contribuição não gera problemas para o cliente, se ele parar de pagar a apólice, ela perde o efeito. "O problema aqui é que na hora de sacar das reservas há uma regra de tributação, ou seja, se a apólice custa R$ 10 por mês, o valor a ser retirado do PGBL das reservas seria maior porque há a tributação", explica. Segundo ele, o produto vai sair mesmo com esse extra da tributação.