Título: Arraes melhora, mas quadro permanece grave
Autor: Paulo Emílio
Fonte: Valor Econômico, 21/06/2005, Política, p. A10

O estado de saúde do presidente nacional do PSB e deputado federal, Miguel Arraes, teve ontem uma ligeira melhora, embora o seu quadro ainda seja considerado grave. Durante o dia de ontem, vários amigos, correligionários e políticos visitaram o ex-governador de Pernambuco no hospital em que ele está internado, no Recife. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligou para a família logo após chegar da viagem que fez a Assunção, no Paraguai. Arraes, que foi internado na madrugada de sexta-feira com suspeita de dengue e infecção pulmonar, tinha previsão para receber alta no início desta semana. As previsões otimistas foram desfeitas na noite do domingo, quando o quadro clínico do socialista apresentou uma arritmia cardíaca e ele teve que ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para a colocação de um marcapasso externo. O boletim médico divulgado às 18h30 de ontem informava que Miguel Arraes permanecia na UTI, mas que o coração funcionava espontaneamente, não mais sendo comandado pelo marcapasso. A infecção pulmonar continuava sendo tratada com antibióticos e os problemas cardíacos estariam sendo investigados através da realização de novos exames. Arraes também foi submetido a um cateterismo, considerado de extrema importância para a manutenção da estabilidade da pressão arterial. O neto do ex-governador e ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos (PSB), disse que ficará no Recife "pelo tempo que for necessário" para acompanhar o estado de saúde de Arraes. Campos disse que acredita em sua recuperação, mesmo com o quadro clínico sendo considerado bastante grave pela equipe médica. Ele também confirmou ter recebido um telefonema do presidente Lula solidarizando-se com a família e autorizando a sua permanência no Recife. O governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB) enviou o secretário de Planejamento, Raul Henry (PMDB), como representante oficial para apresentar sua solidariedade e colocou a estrutura do Estado à disposição da família "naquilo que for necessário".