Título: Rigotto nega contato com empresa
Autor: Henrique Gomes Batista
Fonte: Valor Econômico, 24/06/2005, Política, p. A5

O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), reagiu indignado às declarações do empresário Arthur Waschek Neto à CPI dos Correios, de que seu nome teria sido usado pela empresa gaúcha Protelyne Calçados de Segurança para influir no resultado de licitações promovidas pela estatal: "Neste mar de lama estão tentando jogar nomes de pessoas para embaralhar todo processo ou atingir quem não tem nada a ver com o que está acontecendo". Rigotto afirmou que sequer conhece a empresa ou seu proprietário, cujo nome não foi revelado no depoimento de Waschek. "Nunca fiz nenhum contato com os Correios para discutir qualquer processo de licitação ou qualquer outra questão", disse o governador em entrevista concedida à tarde no Palácio Piratini. "Não existe nenhuma possibilidade de qualquer interferência minha nos Correios ou em qualquer outra estatal para discutir processos de licitação", reforçou. De acordo com ele, se alguém utilizou seu nome para se beneficiar o fez "indevidamente". Em entrevista à Rádio Gaúcha, no fim da tarde de ontem, o proprietário da Protelyne, Ivacir Tortelli, também negou ter utilizado o nome de Rigotto para pressionar os Correios. "Jamais me uso do nome do governador para ter um jeitinho de ganhar, jamais falei com o governador ou pronunciei o nome do governador. Fico perplexo ao ouvir isto aí", afirmou. A montagem dos calçados da empresa é feita por 110 detentos do presídio municipal de Erechim, no norte do Rio Grande do Sul.