Título: Aumento da taxa é transitório, diz Furlan
Autor: Rodrigo Bittar
Fonte: Valor Econômico, 22/10/2004, Finanças, p. C-1

O aumento da taxa de juros básica decidido na quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom) é "transitório" e não deve afetar o desempenho dos exportadores, porque o setor tem alternativas de financiamento mais baratas, defendeu o ministro do Desenvolvimento, Luis Fernando Furlan. "É importante ler a ata (do Copom); (analisar) a decisão do Banco Central e compreender que é uma situação transitória", argumentou Furlan, que classificou a taxa de juros de "elevada", mas mostrou otimismo em relação à queda no custo dos empréstimos. "Vamos certamente prosseguir numa trajetória de juros menores conforme tem colocado o governo Lula", afirmou. E lembrou que "o mercado inteiro esperava um ajuste da taxa de juros, e havia opiniões sobre 0,50 ou 0,25 ponto; e essa era uma das alternativas do mercado." Abordado por jornalistas que queriam saber sua opinião sobre a decisão do Copom, Furlan, a princípio, tentou se esquivar, e disse que queria falar apenas sobre o programa "Estado Exportador", que acabava de lançar, com estímulos para aumentar as vendas externas de regiões com menos de US$ 100 milhões anuais em exportações. Ao ser lembrado que o custo financeiro é um obstáculo ao desempenho das empresas, inclusive exportadoras, minimizou o efeito da alta da Selic sobre os produtores voltados ao setor externo. "As parcerias de exportação envolvem um custo de capital muito menor", argumentou. "Hoje o universo de empresas exportadoras têm à sua disposição linhas amplamente disponíveis de adiantamento de crédito à exportação, onde financiamento é feito com taxas baixíssimas e liquidado com a operação de exportação." Lembrou que há linhas do BNDES aos exportadores com custo vinculado à TJLP, de 9,75% ao ano.