Título: CST congela pedido de financiamento
Autor: Francisco Góes
Fonte: Valor Econômico, 27/06/2005, Empresas, p. B9

A Cia. Siderúrgica de Tubarão (CST) decidiu suspender temporariamente um pedido de financiamento de cerca de US$ 300 milhões ao BNDES. Os recursos seriam usados para apoiar o projeto de expansão da capacidade da CST em 50% - de 5 milhões para 7,5 milhões de toneladas de aço bruto ao ano, em de meados de 2006. Pesou na decisão o fato de a CST ter dinheiro suficiente em caixa para antecipar os investimentos. "A CST, assim como o grupo Arcelor, estão com muito caixa, daí a decisão de usar recursos próprios, deixando a porta aberta para contratar o financiamento no futuro", explicou Guilherme Cardoso, da área de insumos básicos do BNDES. A CST chegou a conversar com o BNDES sobre o empreendimento, mas o projeto não chegou a ser finalizado para ser apresentado à diretoria do banco. Procurada, a CST não se manifestou. O projeto de expansão da CST prevê investimentos de cerca de US$ 1 bilhão, dos quais US$ 600 milhões correspondem a aumento da capacidade de produção de aço. Os outros US$ 400 milhões serão destinados à construção de uma unidade de produção de coque (insumo na produção de aço) com capacidade de 1,5 milhão de toneladas por ano. A CST vem trabalhando com a expectativa de iniciar a operação do novo alto-forno em julho de 2006. Em outra frente, o BNDES já enquadrou o projeto da Usina Siderúrgica do Ceará (USC), que envolve a coreana Dongkuk, a italiana Danieli e a Vale do Rio Doce. Elizio Damiao de Araujo, gerente do departamento de insumos básicos do banco, informou que a USC solicitou extensão de dois meses no prazo para entrega do projeto definitivo. Giovanni Coassin, diretor-executivo da USC, disse que a intenção é entregar o projeto ao banco nos próximos 15 dias. O investimento total na USC é estimado em US$ 750 milhões - o BNDES deve financiar US$ 100 milhões. A usina, que utilizará a tecnologia da redução direta, terá capacidade de produzir 1,5 milhão de toneladas de placas por ano em uma primeira fase. Existem tratativas com o BNDES e com o Banco do Nordeste para que as duas instituições possam participar societariamente do projeto. Desde o início da fase privada do setor no Brasil, o BNDES desembolsou US$ 6 bilhões para investimentos em siderurgia. A carteira do banco é composta por 12 operações contratadas, que somam pedidos de financiamento de R$ 1,9 bilhão; quatro operações em fase de contratação, somando R$ 35 milhões e 16 operações com solicitação de financiamento de R$ 15 bilhões. (FG)