Título: Justiça de NY nega pedido da Boeing e protege a Varig
Autor: Juliano Basile
Fonte: Valor Econômico, 28/06/2005, Empresas, p. B2

Em uma audiência realizada ontem em Nova York, a Corte de Falências rejeitou as impugnações apresentadas pela Boeing e pela IFLC e manteve por 75 dias a proteção à Varig que impede companhias de leasing americanas de arrestar aviões. A decisão também protege a Varig de arrestos feitos por empresas de leasing de outros países dentro dos Estado Unidos, além de barrar execuções e outras medidas por parte dos credores de forma geral. No dia 17 de junho, mesma data em que a companhia entrou com pedido de recuperação judicial no Brasil, os advogados da Varig conseguiram uma liminar nos Estados Unidos para evitar execuções por parte de credores americanos e em território americano. No dia 20, entretanto, a Boeing e a IFLC contestaram a liminar. O argumento apresentado por elas foi que a Varig não teria caixa para manter sua operação apesar do processo de recuperação judicial. Por esse motivo, as duas empresas queriam recuperar suas aeronaves. Juntas, elas têm mais de 20 aviões em uso pela Varig. Na audiência de ontem, o juiz Robert D. Drain ouviu novamente as duas credoras e também os advogados da Varig. "Depois de uma análise preliminar do fluxo de caixa da empresa, o juiz entendeu que há viabilidade na operação", disse Marcelo Carpenter, sócio do escritório Sérgio Bermudes, que representa a aérea. As contestações da Boeing e da IFLC foram rejeitadas e a liminar foi mantida por 75 dias. Com alguma folga, portanto, em relação ao prazo de 60 dias que a Varig tem, segundo a lei brasileira, para apresentar o plano de recuperação aos credores. Uma nova audiência em Nova York foi marcada para o dia 12 de setembro. Até agora, não se tem notícia de medidas tomadas por credores da Varig perante a Justiça brasileira. Na quarta passada a Justiça do Rio aprovou o pedido de recuperação judicial da companhia, que passou a dispor de 180 dias de proteção contra execuções de credores.