Título: Ex-assessora de Dirceu não vai mais para o Cade
Autor: Juliano Basile
Fonte: Valor Econômico, 29/06/2005, Brasil, p. A4
O governo retirou a indicação de Denise Maria Ayres Abreu para o cargo de conselheira do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Ela deverá permanecer na Casa Civil, onde é secretária-adjunta de Assuntos Jurídicos. A mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi publicada no "Diário Oficial". Ele deverá indicar outra pessoa para o cargo nos próximos dias. Em nota, o Palácio do Planalto informou que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, convidou Denise Abreu a permanecer no cargo. "O convite foi aceito", diz a nota. O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) justificou a retirada do nome da assessora de Dirceu. "Tivemos uma mudança na Casa Civil. A nova ministra, evidentemente, tem novas responsabilidades e deve estar reavaliando o perfil e os encaminhamentos de todas as funções da Casa Civil", declarou o senador Mercadante. A secretária-adjunta de Assuntos Jurídicos da Casa Civil foi indicada para o Cade no dia 19 de abril. Contou com o apoio do então ministro-chefe da pasta, José Dirceu. A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal chegou a marcar a sabatina de Denise Abreu, há três semanas. Os indicados para o Cade devem ser aprovados pela comissão e pelo plenário do Senado. Mas, desde que a crise política estourou no Congresso Nacional, com as denúncias de corrupção nos Correios e do pagamento do "mensalão" a parlamentares, não foi possível realizar a sabatina. O presidente Lula possuía nomes de especialistas em defesa da concorrência, indicados pelos ministérios da Justiça e da Fazenda, mas preferiu privilegiar a funcionária de Dirceu na indicação para o Cade. Denise Abreu foi colega de Dirceu na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, quando ele retornou aos estudos, após a publicação da Lei da Anistia, em agosto de 1979. Dirceu interrompeu o curso de direito, quando teve de se exilar do Brasil. (Colaboraram Taciana Collet e Arnaldo Galvão