Título: Pefelistas rejeitam pacto com o governo
Autor: Raymundo Costa
Fonte: Valor Econômico, 29/06/2005, Política, p. A5

O prefeito do Rio e vice-presidente nacional do PFL, Cesar Maia, deu ontem claras indicações de que seu partido não fará como o PSDB que, como acenou o governador mineiro, Aécio Neves, pode "estender a mão ao governo para uma agenda positiva". "Na crise já foram identificados dois pólos e está faltando um. O pólo passivo são deputados que alugaram seus mandatos. O veículo deste processo é Marcos Valério, que levava o 'mensalão'. Mas suas agências recebiam os recursos e os endereços de entrega de alguém, que, certamente, não era uma velha senhora viúva e caridosa." Para ele, o pólo ativo que entregava o 'mensalão' para ser distribuído está no Poder Executivo e as investigações devem identificar esse pólo. "Se isso não for feito os gestos - sempre benvindos - serão jogadas de uns para desviar a atenção, e de outros para esmerilhar a sua imagem. Não há proposta de interesse geral que o PFL tenha deixado de votar. O que se quer dizer com agenda positiva, que que até aqui as agendas foram negativas?", indaga o prefeito ao acusar o governo de descumprir acordos e emperrar a reforma tributária. Já o vice-governador de São Paulo e presidente do PFL paulista, Claudio Lembo, rejeitou qualquer aproximação com o governo. "O PFL desde o início se declarou oposição e não tem razão para declarar apoio ao PT, até mesmo por uma visão democrática do país, que não pode ficar sem oposição." Questionado sobre o teor da declaração de Aécio, afirmou que "cada partido tem a sua personalidade" e que a do PFL é de absoluta oposição.