Título: Vinícolas e Apex montam plano de marketing para elevar exportações
Autor: Vinicius Doria
Fonte: Valor Econômico, 25/10/2004, Empresas, p. B-2

Seis vinícolas gaúchas iniciam hoje uma ofensiva de marketing para fazer do vinho brasileiro um produto mais conhecido e consumido no exterior. Com o apoio da Agência de Promoção de Exportações (Apex) e do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), serão investidos R$ 2,78 milhões em ações de promoção comercial com o objetivo de aumentar em 88% as exportações brasileiras de vinhos finos e espumantes até o fim de 2006 em relação ao resultado de 2003. Ainda assim os números serão modestos, um aumento de receita de US$ 240 mil para US$ 455 mil. As vinícolas estarão abrigadas em uma bandeira única - "Wines from Brazil" --para conquistar principalmente os consumidores dos Estados Unidos, Rússia e Inglaterra. As seis empresas - Casa de Lantier, Aurora, Chandon do Brasil, Casa Valduga, Salton e Miolo - terão o apoio da Apex para identificar quem são os principais concorrentes, clientes potenciais, preços médios, barreiras tarifárias e não tarifárias impostas pelos países importadores, logística de transporte e distribuição e, principalmente, terão acesso a estudos sobre as tendências de mercado. "O mercado de nicho está bastante aquecido, o consumidor está buscando cada vez mais as novidades e o Brasil tem vinhos e espumantes que chamam a atenção pela excelente relação custo/benefício", explicou o presidente da Apex, Juan Quirós. Mesmo tendo conquistado mais de 900 premiações internacionais, segundo dados da Associação Brasileira de Enologia, os vinhos nacionais são praticamente desconhecidos fora do Brasil e ainda enfrentam, no continente, a concorrência de Chile e Argentina. Com a ofensiva aberta hoje, as vinícolas querem mostrar que seus vinhos e espumantes são produzidos em condições de clima e solo únicas no mundo, originando bebidas leves e frutadas a partir de uvas como Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat, Pinot Noir e Chardonay. Os "Wines from Brazil" possuem a indicação de procedência internacional, que garante ao consumidor que o produto atende às exigências de qualidade internacionais. "São vinhos que podem concorrer com qualquer outro bom produto estrangeiro. Só temos que reforçar a marca Brasil como sinônimo de bom gosto. E aproveitar que o consumidor está buscando novidades", disse Quirós. Para ele, África do Sul, Argentina, Nova Zelândia e Austrália estão mostrando bons exemplos de vinhos de qualidade com preços acessíveis. A partir de agora, a Apex passa a incluir o vinho nacional em todos os pacotes promocionais de produtos brasileiros no exterior. A entidade vai fechar este ano marcando presença em 500 feiras e eventos. Assim como a cachaça, o "Wines from Brazil" será bebida obrigatória em todas as recepções promovidas pela Apex no exterior. Outra estratégia para tornar o produto brasileiro mais conhecido será trazer ao Brasil compradores e jornalistas especializados dos países importadores. Para Quirós, essa ofensiva de marketing ainda poderá ajudar a atrair investimentos para o Brasil. "Os grandes produtores europeus e americanos já investiram bilhões na Argentina e no Chile e agora estão buscando parcerias no Brasil".