Título: Indicadores mostram retração de 3,5% no Rio
Autor: Sergio Lamucci
Fonte: Valor Econômico, 01/07/2005, Especial, p. A14

Os números de maio divulgados ontem pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) revelam queda de desempenho da indústria do Estado. As vendas reais encolheram 3,53% em relação a abril, já descontados os efeitos sazonais (típicos de cada período) e o índice de utilização da capacidade instalada ficou em 76,5%, aprofundando uma tendência de queda que vem desde o fim de 2004. Dos principais indicadores, apenas o de pessoal ocupado ficou positivo em maio em relação a abril (1,57%). A massa salarial caiu 1,06% em relação a abril, com ajuste sazonal, e as horas trabalhadas recuaram 0,06% na mesma forma de comparação. Quando comparados com maio do ano passado, os números ainda são amplamente favoráveis, exceto no uso da capacidade instalada. As vendas crescem 13,71%, a massa salarial, 5,26%. O pessoal ocupado, 2,45% e as horas trabalhadas, 4,71%. A economista Luciana de Sá, chefe da Assessoria de Pesquisa Econômica da Firjan, mostrou preocupação com a trajetória declinante do uso da capacidade instalada da indústria, mas ressalvou que o fenômeno não está restrito ao Estado do Rio. Em dezembro, a indústria fluminense estava operando com 80,4% da capacidade. Caiu para 78,5% em janeiro, 77,6% em março e agora, para 76,5%. Em maio de 2004 o indicador dessazonalizado estava em 81,06%. De acordo com a Firjan, "o quadro delineado pela pesquisa é de desaceleração da atividade econômica, sem impactos no mercado de trabalho". Luciana Sá explica que o mercado de trabalho tem uma dinâmica diferente da atividade industrial como um todo. As empresas só começam a contratar quando sentem que há alguma continuidade na recuperação da atividade. Quando ela começa a cair, o empresário faz o máximo para segurar os empregos, até porque o custo de demitir é elevado.