Título: Com novo presidente, Vivo quer atendimento melhor
Autor: Talita Moreira
Fonte: Valor Econômico, 01/07/2005, Empresas, p. B3

Celulares Lima também pretende estreitar sinergias com a Telefônica

O novo presidente da Vivo, Roberto Lima, assume o cargo na na segunda-feira e diz que "há algumas mudanças a ser feitas" na empresa de telefonia móvel. Segundo ele, as prioridades serão melhorar o atendimento aos clientes e aperfeiçoar a capacidade operacional. "Essas coisas ficaram um pouco prejudicadas com o crescimento do mercado brasileiro, que passou por um crescimento muito acelerado e continua aquecido", afirmou. "Vamos continuar com novos serviços, mas em paralelo vamos nos esforçar para voltar ao básico, que é o cliente ligar e poder completar suas chamadas." A base de celulares no Brasil cresceu 40% nos últimos 12 meses e e somava 73,7 milhões de assinantes em maio. Desse total, 28,4 milhões eram da Vivo. Lima, que tem 54 anos e foi presidente da Credicard, disse que se esforçará na uniformização dos sistemas de cobrança e de atendimento das diversas empresas que integram a Vivo - joint venture entre os grupos Portugal Telecom e Telefónica Móviles. A operadora também poderá contratar um terceiro prestador de call center, além da Dedic e da Atento (que, respectivamente pertencem aos sócios português e espanhol) para dar conta da demanda. A unificação dos sistemas e as melhorias na qualidade da rede sinalizam que o novo presidente da Vivo dará continuidade ao trabalho de seu antecessor, Francisco Padinha. No primeiro trimestre, a operadora investiu R$ 535 milhões - 290% acima do mesmo período do ano passado - para ampliar a cobertura e substituir o padrão TDMA pela tecnologia CDMA. Porém, Lima deverá implementar mudanças significativas na estratégia da Vivo. A principal será o foco mais concentrado em serviços e atendimento. Sinal dos novos tempos, o executivo já marcou para a próxima semana o lançamento de uma série de serviços - sobre os quais não deu detalhes. Lima falou rapidamente a jornalistas na quarta-feira à noite, numa homenagem a Padinha, com quem tem bom relacionamento. Na ocasião, o novo presidente da Vivo conversou também com o Valor e disse que sua experiência na Credicard, empresa ligada ao consumo de massa, no trabalho que pretende fazer na operadora. Durante os quatro anos que passou na empresa, Padinha teve como missão criar e consolidar a marca Vivo. Também privilegiou a rentabilidade em detrimento da participação de mercado, o que abriu espaço para o crescimento da TIM, Claro e Oi. Para Lima, "há uma avaliação equivocada sobre a perda de participação" e é possível equilibrar resultados e expansão. Outra pista do que deve ser a gestão de Lima à frente da Vivo está numa entrevista que o executivo deu ao jornal interno da operadora. Nela, diz que a empresa deve estreitar as sinergias com a Telefônica para oferecer serviços convergentes de telefonia fixa e móvel. "A Vivo tem condições de andar no sentido da convergência", diz Lima nessa publicação. "Devemos trabalhar juntos (Vivo e Telefônica) exatamente para procurar preservar e aumentar nossa base de clientes." Enquanto as rivais Telemar/Oi e Brasil Telecom apostaram nas sinergias com a telefonia fixa para desenvolver seus negócios de celular, a Vivo mostrava-se reticente sobre a convergência de serviços com suas controladoras. Em algumas ocasiões, Padinha chegou a questionar se os pacotes oferecidos pelas concorrentes estariam de acordo com as regras do setor.