Título: PF analisa documentos do IRB e dos Correios
Autor: Thiago Vitale Jayme
Fonte: Valor Econômico, 05/07/2005, Política, p. A5

A Polícia Federal recebeu ontem 100 volumes de documentos encaminhados pela comissão de sindicância interna do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). Os papéis referem-se ao período de 2003 a 2005 e incluem o registro de entrada e saída de pessoas da sede da empresa, na avenida Marechal Câmara, nº 171, no Rio de Janeiro, e nas subsedes em Brasília e São Paulo. Ex-diretores do instituto estão sendo investigados pela PF. O ex-presidente do IRB, Lídio Duarte, chegou a dar entrevista na qual revelava a participação de Henrique Brandão, dono da corretora Assurêe amigo do deputado Roberto Jefferson, em esquema de captação de recursos para o PTB e o PP. O empresário o havia procurado e teria pedido R$ 400 mil em nome de Jefferson (PTB). O dinheiro seria para financiar campanhas petebistas e do PP. A comissão de sindicância do IRB encerrou os trabalhos no dia 24 de junho. Os documentos também foram encaminhados para os Ministérios Públicos Estadual e Federal no Rio de Janeiro. Além de investigar os documentos do IRB, a PF também analisa 600 contratos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Dois agentes foram deslocados para reforçar as investigações, antes realizada por quatro delegados. Assim como o IRB, acusações recaem sobre ex-diretores dos Correios por conta de supostas manobras para arrecadar verbas para o PTB. A Polícia Federal tem quatro inquéritos em andamento sobre as recentes denúncias de corrupção. Todos são coordenados pelo delegado Luiz Flávio Zampronha. Paralelamente às investigações no IRB e nos Correios, os agentes também realizam inquéritos nas empresas de propaganda SMP&B e DNA, das quais Marcos Valério Fernandes é sócio. O publicitário é acusado pelo deputado Roberto Jefferson por coordenar o esquema de "mensalão" no Congresso Nacional, onde R$ 30 mil seriam pagos mensalmente a alguns deputados do PP e do PL. A mais recente investigação aberta trata de denúncias do petebista em relação a Furnas. Dinheiro da estatal seria desviado para financiar o pagamento aos parlamentares.