Título: Exportador teme alta de custos com certificação de café
Autor: Cibelle Bouças
Fonte: Valor Econômico, 06/07/2005, Agronegócios, p. B13

Representantes da cadeia produtiva do café do Brasil e da Europa reuniram-se ontem em São Paulo para discutir o Código Comum para a Comunidade Cafeeira (4Cs), um protocolo que determina regras de produção sustentável do grão e que entra em vigor no mercado externo em 2007. Guilherme Braga, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), disse que a reunião teve caráter informativo. Do lado brasileiro, a preocupação recaiu sobre o aumento dos custos de produção, com a demanda por certificações internacionais e à possibilidade de um brasileiro na gestão desse código. Nathan Herszkowicz, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), disse que a maior parte das exigências do Código já são seguidas pelos produtores brasileiros e o programa é testado em fase piloto pelo Newman Group e o Instituto de Pesquisa Capixaba (Incaper) no Espírito Santo. Também há projetos em desenvolvimento em países da África e Ásia. Segundo Herszkowicz, outra dúvida dos brasileiros era saber se os países que seguirem o programa terão seus cafés valorizados em termos de preço. "O comitê ainda não tem definições sobre isso." Segundo balanço da Abic, o preço médio do café torrado e moído exportado pelo Brasil entre janeiro e maio cresceu 29,7% (de US$ 2,90 para US$ 3,76) em relação a igual período de 2004, graças à valorização do grão no mercado externo e à busca das empresas para exportar cafés de maior valor agregado, como gourmets e orgânicos. As exportações de café torrado e moído no período cresceram 64,6%, para US$ 5,86 milhões, tendo como principais destinos Estados Unidos, Europa e Japão. Ele observa que, das seis principais empresas exportadoras, três participam do Programa Exportador de Café Industrializado, desenvolvido pela Apex Brasil em parceria com Sindicafe-SP e Abic e que promove marcas de café do Brasil no exterior há três anos.