Título: Confiança em xeque
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 19/03/2010, Brasil, p. 9

ENEM

Universidades mineiras enviam carta ao MEC na qual afirmam que o exame está desacreditado

Universidades e institutos federais mineiros enviaram documento ao Ministério da Educação (MEC) criticando etapas e procedimentos do novo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que utiliza a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para selecionar candidatos para instituições públicas de ensino superior. O documento de mais de cinco páginas lista os principais problemas do sistema e diz que o Enem e o Sisu estão em descrédito. De acordo com José Margarida da Silva, presidente do Fórum das Comissões de Processos Seletivos de Minas Gerais, entidade responsável pelo documento, não há nenhuma decisão por parte das 15 instituições que congregam o fórum de deixar o sistema. Mais de 10 instituições públicas de ensino superior do estado assinam o documento, incluindo a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal de Alfenas (Ufal), a Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV). No documento, o fórum afirma que com o descrédito do Sisu e do exame, o problema do candidato fazer vários processos seletivos persiste. De acordo com o texto, há pouca clareza de informações por parte do MEC para os estudantes que já concluíram o ensino médio e isso fará com que várias instituições obrigatoriamente façam processos seletivos próprios no meio do ano de 2010, ainda que possam utilizar o resultado do Enem 2009. Para as comissões de vestibular dessas instituições mineiras, ainda há preocupação com a questão de segurança, pois todos que acompanham a aplicação do Enem sabem que a logística desse processo é frágil em várias etapas impressão, guarda da prova, seleção de aplicadores. O documento cita os problemas ocorridos durante a implantação do novo Enem, desde o vazamento da prova em outubro até erros na divulgação dos resultados do Sisu. Tivemos várias consequências, como alteração de datas dos resultados, de matrículas e o adiamento do início do semestre letivo. Tudo isso nos leva a confirmar nossa certeza prévia de que o processo deveria acontecer sem pressa e com planejamento adequado, diz o texto.