Título: Números confirmam estagnação da atividade
Autor: Arnaldo Galvão
Fonte: Valor Econômico, 07/07/2005, Brasil, p. A5

Os indicadores divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) confirmam a perda de força da atividade econômica, segundo analistas. "A indústria está se acomodando num patamar elevado, mas a desaceleração é clara", afirmou a economista Lygia de Salles César, da Rosenberg & Associados, referindo-se à queda registrada em maio das vendas reais e da capacidade instalada em relação a abril, na série livre de influências sazonais. Os indicadores também caíram na comparação com maio de 2004. Foi o primeiro recuo em 18 meses em relação ao mesmo mês do ano anterior. O economista Jankiel Santos, do ABN AMRO, diz que a situação chama a atenção, mas lembra que a base de comparação é forte, já que as vendas reais estavam num nível elevado em maio do ano passado, mesma observação feita por Lygia. Para Santos, os indicadores mostram de fato uma desaceleração, mas não apontam uma retração. Mesmo com ressalvas, a perda de ritmo das vendas é forte, já que a alta acumulado no ano é de 1,73%. Em 2004, o crescimento foi de 14,3%. O economista Guilherme Maia, da Tendências Consultoria, diz que os números mostram uma atividade fraca. Ele previa um crescimento da produção industrial em maio de 1,5% em relação a abril, mas rebaixou sua estimativa para 1% devido ao comportamento das vendas reais. O indicador será divulgado hoje. Santos espera expansão de 0,5% para a produção industrial em maio na comparação com abril e de 5,2% ante maio de 2004. A notícia positiva foram os números da Anfavea de junho. Segundo o ABN AMRO, a produção de veículos cresceu 5,5% em relação a maio, em termos dessazonalizados; É um número que aponta na direção oposta aos indicadores da CNI, como notou Maia.