Título: PFL quer derrota de presidente nas urnas
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 08/07/2005, Política, p. A8

O senador e presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), defendeu ontem a candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como forma de que a população faça um julgamento dos quatro anos do governo petista. Em razão da crise política por que passa o Planalto, disse ainda acreditar ter dúvidas da possibilidade de Lula, caso entre na disputa em 2006, consiga chegar ao segundo turno. "Torcemos para que ele seja candidato. O povo brasileiro não vai repetir o erro. O presidente será julgado e condenado nas urnas pela sua inoperância, falta de comando e por ter escolhido as pessoas erradas." Bornhausen, que esteve em São Paulo para um encontro da Executiva do PFL, afirmou ser contrário à abertura de um processo de impeachment contra o presidente, por não haver até o momento comprovação de crime de responsabilidade. "Neste momento, não seria justa a abertura deste processo. O país que escolheu Lula deve mantê-lo até o último dia." O senador descartou também qualquer possibilidade de apoio ou pacto com o governo federal nos moldes do proposto pelo governador de Minas, Aécio Neves (PSDB). "Seremos oposição até o último dia deste governo." Também presente ao encontro, o prefeito do Rio e pré-candidato do PFL às eleições presidenciais, Cesar Maia, negou que as sinalizações de trégua dos tucanos ao governo Lula fortaleçam a sua candidatura, já que, segundo ele, ainda está em formação. "Minha candidatura está em construção. Há a possibilidade de novamente termos uma aliança. O que exigiremos, no caso, é uma reciprocidade. Se nosso nome for mais forte, que eles nos apóiem. Se o nome deles tiver melhor condições, nós os apoiaremos." Ele disse que o PFL terá grande responsabilidade em São Paulo com as eleições de 2006, uma vez que governará simultaneamente o Estados e a capital, já que acredita que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito José Serra (PSDB) terão de se afastar dos cargos para serem candidatos, respectivamente, ao Senado e à Presidência. Nesse cenário, assumiriam o vice-governador Cláudio Lembo e o vice-prefeito Gilberto Kassab, ambos do PFL. De acordo com ele, o país, a partir das eleições de 2006, irá entrar em um novo ciclo. "O PT pode ter entendido que iniciou um novo ciclo na redemocratização do Brasil. Ilusão tépida. Na verdade, ele termina esse ciclo de que qualquer força política pode disputar e chegar ao poder." (CJ)