Título: FMI pede a continuação de reformas
Autor: Tatiana Bautzer
Fonte: Valor Econômico, 08/07/2005, Finanças, p. C8

Conselho Fundo exorta o Brasil a prosseguir com agenda econômica

O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu ontem que o governo brasileiro prossiga tentando aprovar reformas econômicas "o mais rápido possível", apesar da crise política. O porta-voz do Fundo, Thomas Dawson, disse que a sólida política macroeconômica "não foi afetada por eventos políticos", que a situação fiscal continua melhor que o esperado e que o mercado financeiro continua a confiar na manutenção de políticas econômicas sensatas. Dawson afirmou que "há claros sinais de que o aperto da política monetária começou a reduzir pressões inflacionárias", e que embora o real tenha se desvalorizado nos últimos dias, ainda está próximo de seu nível mais alto em três anos. O porta-voz do Fundo disse que os sinais de desaceleração do crescimento econômico demonstram a importância de medidas para aumentar o crescimento potencial do PIB. "Encorajamos as autoridades a prosseguir com sua agenda de reformas o mais rápido possível, incluindo a independência do Banco Central, reforma tributária e medidas para melhorar o ambiente de negócios." Essas medidas são necessárias, segundo ele, para transformar a recuperação econômica em crescimento sustentado. Provavelmente na semana que vem a diretoria do FMI começará a discutir o pedido da Argentina para um novo acordo. A avaliação da economia do país divulgada pelo Fundo na semana passada mostrou que a discussão será difícil. O Fundo fez severas críticas ao país, pedindo elevação do superávit primário dos atuais 3,8% para cerca de 5%, aprovação do marco regulatório do setor elétrico e aumento do juro para conter a inflação. A tentativa de usar pressão para segurar preços não funciona e pode piorar o ambiente para investimentos, alertou o FMI. O Fundo também pediu para que o país pare de intervir no câmbio e de usar instrumentos de base monetária para isso.