Título: Sucessão abre disputa no comando da CUT
Autor: Taciana Collet
Fonte: Valor Econômico, 12/07/2005, Política, p. A5

Com a nomeação de Luiz Marinho no Ministério do Trabalho, a partir de hoje começa a disputa pelo comando nacional da Central Única dos Trabalhadores. Diversos nomes estão no páreo. De imediato, assume o comando da central sindical o vice-presidente da entidade. Wagner Gomes, integrante da Corrente Sindical Classista (CSC), pertence ao Sindicato dos Metroviários de São Paulo. Mas, segundo o estatuto da CUT, o vice não assume automaticamente a presidência em caso de ausência definitiva do presidente. É por isso que a partir de amanhã, os dirigentes da entidade começam a se reunir para definir o nome do novo presidente. Segundo Marinho, os integrantes da central devem, dessa forma, escolher quem a comandará até junho de 2006, quando, então, será feita nova eleição, durante o 9º congresso da entidade. Entre os membros da CUT, despontam, ainda os nomes de Artur Henrique da Silva Santos, do Sindicato dos Eletricitários de Campinas, que ocupa a secretaria de organização e João Vaccari Neto, do Sindicato dos Bancários de São Paulo, hoje o secretário de Relações Internacionais. A Articulação sempre esteve no comando da CUT, uma central que surgiu em agosto de 1983, em meio a uma mobilização para as eleições diretas para presidente da República. A CUT é a maior central sindical da América Latina e a 5ª maior do mundo, com 3,3 mil entidades filiadas. Na última plenária da entidade, em meados de maio, a direção nacional da CUT cedeu às pressões dos sindicalistas ligados ao PCdoB e à tendência petista Democracia Socialista e recuou da proposta que acabava com a unicidade sindical dentro da reforma constitucional encaminhada pelo governo ao Congresso. A partir do encontro, a CUT passou a defender a manutenção do sindicato único por categoria, desde que condicionado a critérios de representatividade. (MO)