Título: BNDES pede arresto dos bens do Hopi Hari
Autor: Carolina Mandl e Talita Moreira
Fonte: Valor Econômico, 18/07/2005, Empresas, p. B1

O Hopi Hari pode ter seus principais ativos arrestados. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) move uma ação contra a empresa para executar a penhora dos brinquedos e do terreno do parque em Vinhedo (SP). Desde julho de 2002, o Hopi Hari não paga a dívida de R$ 74,4 milhões que tem com o banco. Depois de diversas tentativas fracassadas de renegociá-la, o BNDES foi à Justiça para tomar os bens dados em garantia. Segundo Armando Pereira, presidente do Hopi Hari, as partes deverão chegar a um entendimento em breve. "O risco de não se chegar a um entendimento é zero", afirma o executivo. No ano passado, o parque renegociou suas debêntures, estendendo o pagamento de R$ 200 milhões para pelo menos 2008. "Como a previsão de retorno de investimento precisou ser alterada de cinco para 12 anos, precisamos adequar o problema financeiro a esse prazo", diz Pereira. Apenas o BNDES permanece como credor de curto prazo. Procurado pelo Valor, o banco estatal disse que não comentaria o assunto por questão de sigilo. O Hopi Hari fechou 2004 com dívida líquida de R$ 284,1 milhões. Os acionistas - fundos administrados pelo GP e fundos de pensão - procuram um comprador. "Os credores renegociaram a dívida com a expectativa de a empresa ser vendida", diz o presidente da Previ, Sérgio Rosa. Para as empresas de TV por assinatura, a reestruturação financeira foi um processo bem-sucedido. As duas maiores do setor - Net e TVA - saíram fortalecidas desse processo. Controlada pela Globopar, a Net alongou e reduziu a dívida líquida de R$ 1,2 bilhão para R$ 727 milhões (em março). A Telmex tornou-se acionista da operadora após um aumento de capital. Entre novembro de 2004 e maio deste ano, a TVA trocou US$ 48 milhões em títulos de dívida por papéis novos e com prazo maior. "Passamos pelo teste de fogo", afirma o diretor financeiro, Carlos Malagoni. (CM e TM)